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13/Dez/2021

Rações: alta na projeção de crescimento em 2021

O Sindicato Nacional da Indústria de Nutrição Animal (Sindirações) projetou crescimento de 4,5% este ano, com produção total de 85 milhões de toneladas de rações e sal mineral. O bom desempenho de alguns setores, como pet food e pecuária de corte, além de fortes exportações de carnes de frango e suína, permitiram que a projeção de crescimento fosse revisada de 2,5%, no início de 2021, para 4,5%, desempenho apenas 0,5% abaixo de 2020, quando o setor cresceu 5%. Para 2022, há perspectiva de manutenção do crescimento, em 4,5%. No início deste ano, a previsão era mais conservadora e foi revisada para cima.

Em um ano em que os preços de milho e soja dispararam, o setor de nutrição animal sentiu os efeitos, já que os principais insumos utilizados nas fórmulas de rações são milho e farelo de soja, cujos preços, cada vez mais, acompanham a Bolsa de Chicago. Além disso, a desvalorização cambial acentuou os custos de milho e soja para o setor. Neste cenário, as agroindústrias produtoras de carne de aves, suínos e de ovos que atendem somente o mercado doméstico sofreram mais. As exportadoras, que recebem em dólar, também sentiram aumento de custos, mas em menor grau. A pecuária leiteira, que trabalha predominantemente com o mercado interno, teve demanda menor por rações este ano, sentindo o impacto dos custos.

Assim, as vendas de rações para este segmento devem ficar estáveis em relação a 2020. A pecuária de corte, que, além de atender o mercado interno, tem forte viés exportador, principalmente no segmento de animais confinados, elevou a demanda por rações, devendo fechar o ano com 4% de crescimento. Outro setor que foi um ponto fora da curva, com crescimento expressivo, foi o de pet food. A pandemia reforçou a demanda por rações para cães e gatos, com crescimento de 8% de 2020 para 2021. Há, aí, um fenômeno de 'humanização' dos pets, que provoca maior consumo de rações para animais de companhia. Para aves e suínos e ovos, a demanda por rações deve crescer, respectivamente, 6%, 4% e 1,5%.

A venda de rações para o setor de ovos avançará menos porque este produto vai para o mercado interno, embora a população tenha substituído o consumo de carnes por ovos, em muitos casos. A aquacultura, com ração para peixes e camarões, embora percentualmente represente pouco nas vendas totais de ração no País, deve aumentar em 7% sua demanda este ano. Ingredientes como aditivos e suplementos usados nas rações, que são em sua maioria importados, também subiram muito de preço, tendo em vista o dólar mais alto ante o Real. Para 2022, em relação ao milho e soja, os preços devem ficar mais alinhados e não disparar tanto como em 2021, já que está prevista a colheita de safra recorde e o clima, por enquanto, tem contribuído.

Mesmo assim, o nível de preços (ainda firmes em 2022) deve continuar impactando no setor de rações. Além do câmbio e custos de produção mais altos em 2022, outro importante desafio para o setor pecuário e o de rações será a redução dos gases do efeito estufa, sobretudo o metano, cuja maior emissão no Brasil vem da pecuária. A falta de contêineres para exportação, que contribuiu bastante em 2021 para aumentar o custo do frete marítimo e afetou a rentabilidade de toda a cadeia pecuária, dever persistir, até pelo menos o primeiro semestre de 2022. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.