03/Dez/2021
Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), afetada diretamente pelo embargo imposto pela China, que já perdura quase três meses, a comercialização de carne bovina brasileira deve registrar queda no início de 2022. A proteína vermelha sofre com menor consumo interno, em função dos altos preços do produto, impulsionados pela crise hídrica. Com a falta de chuva, as safras dos grãos utilizados para alimentar o gado tiveram redução na oferta, o que encareceu o preço da proteína para o consumidor final. A piora na relação de troca para o pecuarista preocupa toda a cadeia produtiva, sobretudo o pecuarista que deve entregar seus bovinos à indústria no final de 2021 e início de 2022. Para o pecuarista, esse momento pode resultar, nos médio e longo prazos, em desaquecimento na demanda por novos lotes de bovinos desmamados, justamente quando houve elevado custo de produção.
A estiagem prolongada e o elevado preço dos grãos aumentam o custo da ração animal. Isso afeta a produção e dificulta o aumento de oferta de animais em diferentes regiões ao longo de 2021, o que continuará a produzir efeitos sobre os preços no início de 2022. O consumo de carne bovina no Brasil naturalmente costuma diminuir no início do ano. Entretanto, o movimento pode ser acentuado por conta do embargo praticado pela China. Para o começo do ano que vem é esperado um escoamento mais calmo de carne bovina no Brasil. No início do ano existe normalmente uma redução no consumo entre os brasileiros, por conta da sazonalidade. Além disso, é preciso acompanhar o embargo da China, que segue atrapalhando o setor e pode piorar a situação.
Já a carne de frango deve registrar alta demanda nos últimos dias de dezembro, mesmo com a proximidade das festas de fim de ano, quando é percebido o aumento na procura por outras proteínas, como as aves natalinas. A expectativa é de que a demanda continue alta para o próximo ano por conta da substituição da carne bovina por proteínas mais baratas. Mesmo com a proximidade do final de ano (quando geralmente se verifica aumento na demanda por outras carnes, como a suína, a bovina e as de aves natalinas, em detrimento da de frango), o consumo da proteína de frango pode seguir aquecido, justamente devido ao aumento da demanda por proteínas mais baratas. Para a carne suína, a previsão é de aumento na demanda no último trimestre deste ano, em função das festividades da época, como o Natal e o Réveillon. A demanda mundial pelo produto pode subir 2% em 2022, quando comparado com este ano. Fonte: CNN. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.