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02/Dez/2021

Boi: preços voltam a operar em máximas nominais

Depois de registrar intensas quedas em setembro e outubro, de 8% e 11,83%, respectivamente, o preço médio do boi gordo em São Paulo voltou a subir com força ao longo de novembro. O avanço no acumulado do mês foi de 25,26% (ou de R$ 65,20 por arroba), fechando novembro a R$ 322,40 por arroba. Com isso, o boi gordo não só recuperou as perdas verificadas nos meses anteriores como também atingiu um novo patamar máximo nominal da série histórica do Cepea, iniciada em 1994. Mesmo com os envios de carne à China ainda suspensos (isso vem sendo verificado desde o início de setembro), os valores foram impulsionados pela retração na oferta de bois para abate.

Além da disponibilidade enxuta de bovinos, evidenciada por dados oficiais que indicam redução no volume de bois abatidos no Brasil em 2021, muitos pecuaristas que ainda detinham lotes de boi prontos para abate em novembro seguraram estes animais nos pastos. Nestes casos, apesar dos elevados custos de produção relacionados à ração, as recentes chuvas favoreceram a recuperação das pastagens na maior parte das regiões pecuárias. Do lado da demanda, parte dos frigoríficos elevou, ainda que pontualmente, as compras de novos lotes, no intuito de formar estoques para as vendas de final de ano, quando a procura por carne no atacado geralmente se aquece.

Analisando-se as médias mensais do boi gordo em São Paulo, houve incremento de 10,42% entre outubro e novembro, sendo este o quarto aumento mais intenso para o período, abaixo apenas dos verificados em 2019, 2007 e 2010. Em 2019, quando o avanço no preço real entre outubro e novembro foi de 22,18%, o mais expressivo para esse período, o boi gordo era negociado pela primeira vez na história acima de R$ 200,00 por arroba. O fator que alavancava as cotações era o forte ritmo das exportações brasileiras, especialmente à China. Em novembro daquele ano, novas plantas frigoríficas brasileiras estavam sendo habilitadas para exportar carne ao país asiático. A segunda maior alta registrada de outubro para novembro, de 12,48%, ocorreu em 2007.

Naquele ano, além do clima seco, que atrasava a formação das pastagens, agentes do mercado relacionam a alta de preços à oferta restrita de bois para abate, que, por sua vez, estava atrelada ao menor volume de reposição e à migração da pecuária para a cana-de-açúcar em muitas regiões do Centro-Sul do País. Por fim, a terceira maior elevação, de 10,56%, foi verificada em 2010, quando frigoríficos mostravam dificuldades em encontrar bovinos para abate no mercado nacional. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.