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19/Nov/2021

Boi: preços em alta e frigoríficos estão cautelosos

O mercado físico do boi gordo opera sem grandes novidades, com o fluxo de negócios ainda cadenciado, em meio à cautela que paira sobre o setor pecuário. Com a China fora das compras de carne bovina, as indústrias se organizam com base na evolução do mercado doméstico e avaliam o crescimento das exportações para outros países. Nesse sentido, o que se vê é uma conjuntura de menor atuação dos frigoríficos na busca de matéria-prima, enquanto pecuaristas tentam reter lotes para reverter o prejuízo verificado nos últimos dois meses. As programações de abates mais curtas devido à dificuldade de compra de boiada gorda têm feito algumas plantas frigoríficas intercalarem ou reduzirem o número diário de bois abatidos sob a alegação de que a velocidade das altas na boiada não está sendo totalmente acompanhada pela carne na ponta final.

Além disso, a chegada da segunda quinzena do mês eleva a atenção do setor quanto ao consumo interno, por ser uma época em que consumidores estão menos capitalizados. O que pode compensar essa lógica é o pagamento da primeira parcela do 13º salário este mês. Dados preliminares da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) apontaram uma gradual recuperação no ritmo de exportações de carne bovina brasileira. A média diária exportada da proteína in natura durante as duas primeiras semanas de novembro ficou em 4,79 mil toneladas por dia, volume 42,9% inferior à média de novembro de 2020, mas um avanço de 16,5% frente à média de outubro de 2021. Ainda assim, o desempenho segue muito abaixo das expectativas do setor para esta época do ano, antes da paralisação das compras chinesas, em função dos casos atípicos do "mal da vaca louca".

Em São Paulo, a tendência altista persiste, porém com menor intensidade. O boi gordo está cotado a R$ 293,50 por arroba à vista e a R$ 303,00 por arroba a prazo. Mesmo que em ritmo lento, as indústrias frigoríficas conseguiram originar matéria-prima para os próximos quatro dias úteis. No Maranhão, a cotação é de R$ 263,00 por arroba à vista e no Pará, R$ 261,00 por arroba à vista. Na Bahia, o boi gordo é negociado a R$ 291,00 por arroba à vista. Em São Paulo, no atacado, os preços dos principais cortes bovinos ainda têm apoio no equilíbrio entre oferta e demanda. Dessa forma, os cortes do traseiro permanecem em R$ 23,10 por Kg. Os cortes do dianteiro e da ponta da agulha seguem cotados a R$ 15,10 por Kg. O fato de as indústrias frigoríficas operarem com escalas curtas e abate irregular tem colaborado para manutenção de uma oferta enxuta da proteína. Paralelamente, a demanda ativa, sobretudo por cortes mais nobres, tem garantido níveis de vendas satisfatório no atacado ao mesmo tempo que as vendas externas também ajuda na equalização dos estoques.