11/Nov/2021

Os preços do boi gordo estão reagindo neste começo de novembro. No acumulado da parcial deste mês, o preço médio do boi gordo em São Paulo registra avanço de 9,2% nos últimos sete dias, cotado a R$ 280,70 por arroba. A sustentação vem sobretudo da retração de pecuaristas, que, diante das recentes fortes desvalorizações da arroba, se afastaram do mercado. Os frigoríficos, por sua vez, seguem evitando comprar grandes lotes de bois para abate, mas a baixa oferta no spot nacional já faz com que agentes de muitas unidades precisem elevar os valores pagos para conseguir realizar novas aquisições.

A conjuntura de escassez de gado terminado e demanda doméstica mais aquecida está direcionando os preços do boi gordo no mercado físico. Os preços registram alta nas principais regiões pecuárias do País, após pecuaristas terem reduzido a oferta de bovinos e direcionado os lotes oriundos do segundo giro de confinamento para pastagens, na tentativa de minimizar o prejuízo dos últimos dois meses e comercializar no futuro, a preços mais altos. Os frigoríficos elevaram a procura por matéria-prima, para atender ao consumo interno de carne bovina, que tem se recuperado neste início de mês. As indústrias frigoríficas relatam que as vendas no atacado/varejo esboçam melhor desempenho ao mesmo tempo em que a necessidade de retomar as compras de boi gordo está mais elevada.

O suporte dos preços continua, mesmo sem a sinalização de um retorno das compras chinesas de carne bovina brasileira. Por enquanto, o mercado aguarda um avanço nas negociações entre autoridades do Brasil e da China. Mas, as exportações dão sinais de melhora neste início de novembro, com o aumento dos envios para outros destinos. Dados preliminares da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o Brasil exportou uma média diária de 5,27 mil toneladas de carne bovina in natura na primeira semana de novembro, alta de 28,1% na comparação com a média do mês passado. Na comparação anual, contudo, o volume é 37,2% menor do que o verificado em novembro de 2020.

Em São Paulo, o boi gordo registra forte valorização, para R$ 266,00 por arroba à vista e R$ 281,00 por arroba a prazo. Em Mato Grosso do Sul, a menor oferta de gado terminado impulsiona os preços, para R$ 264,00 por arroba à vista. em Goiás, o boi gordo é negociado a R$ 254,00 por arroba à vista. Em Minas Gerais e Tocantins, a cotação é de R$ 268,00 por arroba à vista. Os ajustes estão mais concentrados no Centro-Sul do País. Lotes não acabados foram direcionados ao pasto, visto que os bons índices de chuvas permitiram o manejo em São Paulo e Minas Gerais.

Nesse cenário, as plantas frigoríficas relatam que a oferta de boiada gorda está menor e, para preencher suas escalas de abate, é necessário operar com preços mais elevados. Em Mato Grosso, a cotação é de R$ 258,00 por arroba à vista. Mato Grosso é um dos Estados mais afetados pela suspensão das compras de carne bovina pela China. Em São Paulo, no atacado, os preços seguem estáveis. O traseiro está cotado a R$ 22,10 por Kg; o dianteiro a R$ 13,60 por Kg; e a ponta de agulha a R$ 13,10 por Kg. A firmeza das cotações reflete a evolução do ritmo de vendas. A procura por carne desossada segue bem ativa e as indústrias relatam recuperação nas vendas dos cortes de dianteiro, sobretudo pela firmeza dos preços das carnes concorrentes (frango e suínos).