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22/Out/2021

Boi: persistindo a pressão baixista sobre os preços

Os negócios seguem travados no mercado físico de boi gordo, com a ausência de pecuaristas e indústrias frigoríficas dos negócios. O esvaziamento do mercado ainda tem como base a paralisação das exportações de carne bovina para a China, que ultrapassa os 45 dias, após os dois casos atípicos do "mal da vaca louca". Com a menor demanda externa e o consumo doméstico patinando, as unidades de abate alongam as suas programações e reduzem o apetite por novos lotes de matéria-prima. Os efeitos imediatos são nas margens das indústrias, mas os pecuaristas também sofrem com a saída da China do mercado.

Do lado da ponta vendedora, os agentes relatam ter um elevado volume de bois terminados em confinamentos. O que preocupa os pecuaristas é que a chegada das chuvas prejudica manejo, pois o bovino pesado tem dificuldade de locomoção para se alimentar. Paralelamente, os altos preços das rações também pesam nos gastos. Em São Paulo, os preços seguem recuando e a cotação do boi gordo é de R$ 261,00 por arroba à vista e R$ 271,00 por arroba a prazo. Na Bahia, o boi gordo está cotado a R$ 271,00 por arroba à vista.

No Acre, a cotação é de R$ 270,00 por arroba à vista. O movimento baixista está mais intenso nas Regiões Centro-Oeste e Sudeste do País, onde o embargo chinês afeta mais a comercialização. Em Mato Grosso, o boi gordo é negociado a R$ 253,00 por arroba à vista. No Rio Grande do Sul e no Paraná, o mercado está mais estável, visto que tais Estados possuem um rebanho menor e seus mercados consumidores no exterior continuam ativos nas compras. A preocupação local, no entanto, é com os problemas logísticos com oferta de contêineres.

Na Região Norte, a procura por bovinos terminados segue fraca e as indústrias locais estão diminuindo cada vez mais os abates. Em São Paulo, no atacado, os preços dos principais cortes registram recuo. O dianteiro do boi caiu de R$ 14,60 por Kg para R$ 14,10 por Kg. O traseiro passou de R$ 22,10 por Kg para R$ 21,60 por Kg. A ponta da agulha, porém, segue a R$ 14,10 por Kg. A fragilidade dos preços da carne bovina remete à entrada de mercadoria que seria exportada no mercado doméstico associada à incapacidade do consumo interno em absorver a oferta vigente.