21/Out/2021
O preço do leite captado em agosto e pago aos produtores em setembro atingiu R$ 2,3827 por litro na “Média Brasil” líquida (Bahia, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul), alta de quase 1% sobre o do mês anterior, em termos nominais. Contudo, para este mês de outubro, a expectativa dos agentes de mercado é de que o valor do leite captado em setembro se enfraqueça, mesmo diante dos elevados custos de produção.
Por conta da sazonalidade da produção, é típico que se observe queda de preços no campo entre setembro e outubro, meses em que a produção leiteira geralmente é favorecida pelo retorno das chuvas da primavera e pela consequente melhoria da qualidade das pastagens. Com o aumento da oferta, os preços tendem a cair. Contudo, neste ano, a recuperação da produção tem acontecido de forma mais lenta, tendo em vista a intensa estiagem e insumos da atividade bem mais caros.
Uma vez que o incremento na oferta ainda deve ocorrer de forma limitada, a possível queda no preço do leite ao produtor em outubro também se explica pela maior dificuldade das indústrias em repassar a alta do preço da matéria-prima para o consumidor. A demanda por derivados lácteos não reagiu como esperado pelos agentes, que previam que a retomada das atividades presenciais pudesse sustentar as cotações dos lácteos em elevados patamares.
Entretanto, a crescente perda no poder de compra do consumidor tem desacelerado as vendas de derivados desde meados de agosto. Com demanda enfraquecida e pressão dos canais de distribuição, os estoques se elevaram, forçando as indústrias a reduzirem os preços. Diante disso, as negociações do leite spot em Minas Gerais perderam força em setembro, e os preços caíram de R$ 2,58 por litro, na primeira quinzena, para R$ 2,50 por litro na segunda quinzena, recuo de 3%.
O movimento de desvalorização continuou em outubro, e a média recuou mais 6,5%, chegando a R$ 2,34 por litro na primeira quinzena deste mês. O aumento dos preços no campo e os elevados valores dos derivados também estimularam as importações de lácteos. Dados da Comex mostram que o volume importado de lácteos cresceu 23,5% do segundo para o terceiro trimestre deste ano. Ainda assim, a quantidade adquirida é 44% menor do que a do mesmo período de 2020, devido ao dólar e aos preços internacionais elevados. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.