14/Out/2021
Mesmo com as exportações de carne suína atingindo recordes em 2021, o mercado interno da proteína vem registrando forte volatilidade de preços ao longo do ano. Quando consideradas as evoluções nos valores desta proteína de 2020 para 2021 e das substitutas (as de frango e bovina), o desempenho da carne suína é o mais fraco. Na média da parcial de 2021 (de janeiro a outubro), a carcaça especial suína negociada no atacado de São Paulo registra valorização real de apenas 0,8% frente à de 2020, com média de R$ 10,54 por Kg em 2021 (os valores foram deflacionados pelo IPCA de setembro/2021).
A carcaça bovina e o frango inteiro resfriado se valorizaram respectivos 21,4% e 28,8% na mesma comparação, com médias a R$ 20,44 por Kg e a R$ 7,09 por Kg. Com a renda comprimida e o consequente menor poder de compra, a população tem buscado proteínas mais em conta, como são os casos da carne de frango e de ovos. Para a carne bovina, mesmo diante do enfraquecimento na demanda doméstica, os valores acabam sendo sustentados pela baixa oferta de bois para abate e pelas exportações em volumes recordes.
A inflação oficial do País, Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), registrou alta de 1,16% em setembro, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esta foi a maior taxa para um mês de setembro desde 1994. No acumulado dos últimos 12 meses, o avanço no IPCA chega a 10,25%. Para a carne suína, especificamente, a inflação em setembro foi de 0,75% e, em 12 meses, de 10,46%.
O grupo “Alimentação” registrou em setembro alta de 1,02%, menos intensa do que a de agosto (de 1,39%), limitada justamente pelo recuo de produtos cárneos (-0,21%), em especial, as proteínas de origem bovina. A carne suína, por sua vez, registrou avanço de 0,64% em setembro. Nos últimos 12 meses, porém, dentre as principais proteínas cárneas consumidas no Brasil, a suína é que acumula o menor crescimento, 10,46%, contra avanços de 26,2% para o item “bovinos” e de 28,8% para o “frango inteiro”. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.