14/Set/2021
A tendência é de queda para os preços do boi gordo neste início de semana, com liquidez mais baixa nas principais regiões pecuárias do País. A suspensão das exportações para a China, após os casos atípicos do "mal da vaca louca" identificados no País, acentua o cenário de baixa. Enquanto a liberação do mercado pelos chineses não ocorrer, as indústrias devem seguir reorganizando as suas escalas de abate. Grande parte dos negócios adiados por causa da interrupção dos embarques e da paralisação dos caminhoneiros da semana passada ainda era realizada de maneira pontual na sexta-feira (10/09). As indústrias frigoríficas aproveitam as escalas de abate acumuladas ao longo do período, compostas por ofertas de lotes do primeiro giro de confinamento, para permanecer quase completamente fora das compras em diversas regiões do País.
Além da dúvida sobre quando a exportação para a China voltará a fluir, a questão é se este conforto da oferta vinda dos confinamentos, que tem atendido a demanda de exportação, continuará no próximo giro, referente às entregas de outubro e novembro. O que limita quedas mais acentuadas nos preços é a conjuntura estrutural de escassez de bovinos prontos para o abate, apesar da chegada de bois dos confinamentos. O nível de abate no País ainda é menor do que o do ano passado, em razão da retenção de fêmeas que vem ocorrendo desde o início do ano passado. Em São Paulo, o boi gordo segue cotado a R$ 303,50 por arroba à vista e a R$ 310,00 por arroba a prazo.
Em Tocantins, o boi gordo é negociado a R$ 287,50 por arroba à vista. Em Santa Catarina, a cotação é de R$ 320,00 por arroba à vista, o maior valor no País. Em Minas Gerais, o boi gordo é negociado a R$ 306,00 por arroba a prazo e no Pará, a R$ 293,00 por arroba a prazo. Em São Paulo, no atacado, os preços não apresentam alteração, reflexo da irregularidade do escoamento para o mercado doméstico. O setor concentra suas expectativas na terceira semana de setembro, esperando reação do consumo no varejo e retomada gradual das exportações. O traseiro do boi segue cotado a R$ 22,60 por Kg, enquanto o dianteiro e a ponta da agulha são negociados a R$ 16,10 por Kg. A carcaça do boi castrado está cotada a R$ 19,46 por Kg.