08/Set/2021
O mercado físico de boi gordo operou com liquidez praticamente nula na segunda-feira (06/09), resultado da cautela que paira no setor pecuário em meio à confirmação de dois casos atípicos do "mal da vaca louca" nos estados de Mato Grosso e Minas Gerais. Soma-se a isso o movimento de costume de início da semana, quando frigoríficos se ausentam dos negócios para avaliar as vendas de carne bovina no mercado doméstico durante o fim de semana. Dessa forma, há estabilidade nos preços em quase todas as regiões pecuárias do País. A suspensão das exportações de carne bovina brasileira para a China, conforme anunciado pelo Ministério da Agricultura no dia 4 de setembro, fez as indústrias exportadoras se ausentarem do mercado.
Esse movimento de retirada pode gerar alguma pressão nos preços do boi gordo nos próximos dias. Os grandes players do setor relatam preocupação em relação às suas margens operacionais, visto que os bois que seriam exportados foram adquiridos por valores maiores que aqueles negociados para venda ao mercado interno, que não pode arcar com patamar sequer próximo dos valores negociados internacionalmente. Segundo o Itaú BBA, há uma possibilidade de recuo na arroba e, caso isso se confirme, pode significar uma oportunidade de os frigoríficos comprarem gado mais barato e aumentarem as margens de lucro nas vendas para o mercado interno. Entretanto, a conjuntura de escassez de oferta de gado gordo pode limitar quedas acentuadas nos preços do boi gordo.
Na segunda-feira (06/07), o Ministério da Agricultura informou que a análise dos casos de encefalopatia espongiforme bovina (EEB), ou "mal da vaca louca", foi finalizada pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). A conclusão da entidade afirma que os casos brasileiros não representam risco para a cadeia de produção bovina, o que mantém a classificação do Brasil como país de risco insignificante para a doença. Agora, a liberação do mercado depende da decisão da China. Enquanto isso não ocorre, o mercado físico segue com lentidão. Em São Paulo, as cotações vêm se repetindo desde o dia 2 de setembro. A média é de R$ 303,50 por arroba à vista e R$ 310,00 por arroba a prazo. Em Rondônia, a cotação é de R$ 298,00 por arroba à vista.