03/Set/2021

O mercado físico do boi gordo dá continuidade ao movimento de queda nas cotações, reflexo do aumento da oferta de gado terminado proveniente dos confinamentos nas principais regiões pecuárias do País. Apesar da maior facilidade para o preenchimento das escalas de abate, os frigoríficos estão cautelosos, com suspeita de um caso de "vaca louca" em Minas Gerais. Já se observava um recuo nas cotações do boi gordo, em função do aumento da oferta, mas, com o caso da doença, a tendência é de que o mercado continue frouxo. As autoridades brasileiras identificaram um caso da doença classificado como atípico (quando é originada dentro do próprio organismo do bovino), em um animal com mais de 10 anos no Estado.

A suspeita foi informada aos frigoríficos que atuam na região pelo Serviço de Inspeção Federal (SIF) e, em seguida, o Ministério da Agricultura coletou amostras, que foram enviadas a um laboratório da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) no Canadá para análises mais detalhadas. A análise deve confirmar essa classificação e descartar a influência de fatores externos no caso, o que poderia influenciar na comercialização para o mercado externo. A notícia fez os preços do boi gordo despencarem na quarta-feira (1º/09). Em São Paulo, o boi gordo é negociado a R$ 303,50 por arroba à vista e a R$ 312,00 por arroba a prazo. No Pará, a cotação é de R$ 285,50 por arroba à vista. Em Mato Grosso, o boi gordo é negociado a R$ 289,50 por arroba à vista.

Em Minas Gerais, Estado no qual teria sido identificado o caso de "vaca louca", a cotação é de R$ 304,00 por arroba à vista. A manutenção do cenário atual de preços dependerá do nível de consumo no varejo ao longo da primeira quinzena do mês. Porém, caso as vendas no varejo não atendam às expectativas do setor pecuário, a possibilidade de nova tendência de baixa nos preços é limitada. A perspectiva é de suporte nas cotações por causa da escassez estrutural de boiadas gordas. Em São Paulo, no atacado, a virada do mês ainda não influenciou nos preços dos principais cortes. A chegada da primeira quinzena do mês renova o otimismo do setor em relação ao volume de vendas no atacado. O feriado de terça-feira (07/09) deve acelerar o recebimento dos salários, concentrando as aquisições de proteína bovina já nos próximos dias.