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26/Ago/2021

Boi: queda de abates resulta em ofertas restritas

O baixo volume de bois prontos para abate no mercado brasileiro segue sendo evidenciado por dados oficiais. Relatório divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) neste mês mostra continuidade na tendência de redução na quantidade abatida no primeiro semestre de 2021. De janeiro a junho deste ano, foram abatidos no Brasil 13,61 milhões de bovinos, número 7,28% inferior ao do mesmo período de 2020 e expressivos 14,21% abaixo do de 2019. Trata-se, também, do menor volume desde o primeiro semestre de 2009, quando o total abatido foi de 13,38 milhões de bovinos. Considerando-se apenas o segundo trimestre (de abril e junho), em 2021, foram 7,067 milhões de cabeças abatidas, contra 7,04 milhões no mesmo período de 2020 (recuo de 4,53%) e 7,93 milhões em 2019 (forte diminuição de quase 11%). Além disso, o volume abatido no segundo trimestre deste ano foi o menor para o período desde 2011, quando foram abatidas 7,066 milhões de cabeças.

Esses dados confirmam o momento pelo qual a cadeia de pecuária nacional atravessa desde 2020, de cenário de baixa oferta de bois no campo prontos para o abate. Esse contexto, por sua vez, é resultado da retenção de fêmeas, mas, também, do clima desfavorável: altas temperaturas, seca e geadas em algumas regiões, o que prejudicou as condições das pastagens. Além disso, os custos de produção bastante elevados, especialmente os relacionados à alimentação, também reforçou a baixa oferta de bovinos para abate nos últimos semestres. O menor volume de gado entre janeiro e junho deste ano manteve em alta os preços da arroba em praticamente todas as regiões produtoras do País. Essas valorizações da arroba somadas ao clima desfavorável para engorda dos bovinos acabaram estimulado muitos pecuaristas brasileiros a investirem em tecnologia, na busca de uma engorda mais eficiente. Esse movimento pode ser confirmado nos dados sobre peso total da carcaça abatida e do peso de carcaça por bovino.

No primeiro semestre de 2021, dados do IBGE mostram que foram produzidas 3,589 milhões de toneladas de carcaça bovina, 4,26% inferior ao do mesmo período de 2020 e 8,61% abaixo do de janeiro a junho de 2019. O ano atual somente é superior ao montante de carne produzida no primeiro semestre de 2012, quando somou 3,482 milhões de toneladas. Por outro lado, um dado mais relevante é o indicador de peso de carcaça por bovino, ou seja, a quantidade de carne produzida por cabeça de boi, que, na média de janeiro a junho de 2021, foi recorde para o período, somando 263,74 Kg por bovino abatido. Esse número é 3,26% superior ao recorde anterior, que era do ano passado, mostrando a tendência de se produzir mais carne por bovino nesses últimos anos. Em relação a 2019, a alta chega a 6,53% a mais de carne produzida por bovino. Como comparação, nos últimos 10 anos (2012 a 2021), a produtividade cresceu 12,67%. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.