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23/Ago/2021

Carnes: expectativas para o mercado no 2º semestre

Segundo o Itaú BBA, os elevados preços do boi terminado e dos grãos utilizados para alimentação animal tendem a manter o patamar neste segundo semestre. Esse cenário faz com que as margens de rentabilidade da indústria de carnes sigam pressionadas e pode implicar em novos reajustes de preços aos produtos finais. Quanto à carne bovina, apesar do aumento no volume de abate, as cotações do boi gordo continuam sustentadas. O mercado físico do boi gordo tem visto um aumento na oferta em virtude da chegada de lotes de confinamento, mas não o suficiente para derrubar os preços. Contudo, há preocupação, do lado da oferta, de que as geadas recentes possam afetar a disponibilidade de boi terminado no mercado, além de já terem encarecido o custo de confinamento dos bovinos. O consumo segue retraído, limitando os repasses de custo ao produto final. Em contrapartida, os exportadores de carne bovina ainda podem se beneficiar de um cenário positivo duradouro. A demanda provavelmente será impulsionada pelas exportações, mas as margens dos frigoríficos podem ser comprimidas se a China pressionar por reduções de preços ou se reajustes de preços forem mais difíceis de implementar no mercado local.

Em relação à carne de frango, a alta dos preços do produto não freou a forte demanda, impulsionada pelas exportações e pelos elevados preços da carne bovina, que leva o consumidor a substituir a proteína. A demanda por frango provou ser mais forte do que o esperado e os aumentos de preços estão intimamente ligados à inflação de custos. O reajuste dos produtos, contudo, ainda é insuficiente para o equilíbrio da margem da indústria. A pressão de custos pode compensar a forte demanda e as margens do setor provavelmente permanecerão em níveis mínimos históricos. O cenário de inflação de custos ainda será bastante desafiador e os produtores provavelmente não verão uma desaceleração nos aumentos do custo das rações. A carne de frango deve se manter competitiva ante a bovina.

Para a carne suína, a demanda também é sólida, apesar da recuperação do plantel chinês ter afetado os preços da commodity. No mercado doméstico, a carne suína ganhou competitividade em relação às outras proteínas devido à tendência oposta dos preços, quanto as cotações da carne bovina e de frango avançam, as de suína recuam. No curto prazo, a principal preocupação dos produtores brasileiros é o preço de exportação, com a dinâmica do mercado chinês ditando a direção dos preços. A velocidade na qual o excedente de oferta atual na China é consumido provavelmente determinará o quão rápido este piso de preços pode ser definido. É importante ressaltar o caso de peste suína africana (PSA) na República Dominicana, mas a doença não deve afetar a produção brasileira, dadas as condições sanitárias da indústria local. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.