ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

18/Ago/2021

Boi: frigoríficos poderão parar por falta de animais

O Sindicato das Indústrias Frigoríficas do Mato Grosso (Sindifrigo-MT) afirma que frigoríficos do Estado, o maior produtor de carne bovina do País, podem fechar as portas por falta de gado para o abate. A entidade afirma que a menor oferta de gado tem prejudicado os frigoríficos de menor porte, que vendem para o mercado interno e têm menor capacidade de absorver altas de preço. De acordo com o sindicato, as 33 indústrias frigoríficas do Estado trabalharam com apenas 58,57% da capacidade de abate em 2020. O faturamento aumentou 45% entre 2018 e o ano passado, mas a quantidade de bovinos abatidos caiu, de 5,3 milhões para 5,1 milhões. Os dois números mostram o encarecimento dos bois tanto para o consumidor final quanto para os frigoríficos.

Mesmo com a redução no número de abate, a arrecadação aumentou em 45%, em decorrência dos preços mais altos. O maior problema é a falta de bois prontos para o abate, o que aumenta a concorrência por matéria-prima entre as indústrias e eleva ainda mais os preços. A redução do rebanho seria consequência do abate de matrizes e novilhas nos últimos anos, que teria reduzido a capacidade de reposição de cabeças de gado. Esse contexto favorece frigoríficos exportadores, que vendem a maior parte de seus produtos em dólar e que, portanto, teriam uma margem de manobra maior em sua estrutura de custos. O equilíbrio entre os dois segmentos viria caso a utilização da capacidade retornasse a patamares próximos a 80%.

O Sindifrigo-MT pede ajuda governamental para evitar a quebra de indústrias menores, sem detalhar quais medidas pleiteia. O Estado pode e cabe a ele a responsabilidade social de auxiliar uma determinada atividade, atingida por fatores externos, para que ela possa buscar novamente um equilíbrio. Neste momento se faz urgente uma ação governamental para amenizar e permitir que as pequenas empresas atravessem este período sem danos maiores. Danos que poderiam atingir de pecuaristas a trabalhadores. A maior parte das empresas não exportadoras do setor em Mato Grosso gasta menos com a folha de pagamento do que com o recolhimento de ICMS, situação vista como anormal. Os frigoríficos empregam 25.560 pessoas no Estado. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.