11/Ago/2021
O suinocultor brasileiro ainda vai conviver com custo de produção muito elevado até a próxima safra de grãos. Os estoques apertados de milho e de soja nos Estados Unidos fizeram com que os preços nas bolsas internacionais disparassem e, consequentemente, no Brasil. Além disso, há forte frustração da 2ª safra de milho de 2021 no Brasil, em decorrência do atraso no plantio, seguido de estiagem e, mais recentemente, de três episódios de geadas no Centro-Sul do País. Essas geadas reduziram em torno de 5 milhões de toneladas e expectativa para a 2ª safra de 2021, que atualmente está sendo colhida.
Assim, de um total inicialmente previsto pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) de 85 milhões de toneladas de colheita de milho na 2ª safra de 2021, a projeção agora é de 60,3 milhões de toneladas. Com estoques de passagem apertados e quebra de safra, ainda não será possível para o Brasil repetir o desempenho de exportações de milho no ano passado, que foi de 35 milhões de toneladas. O Brasil precisaria produzir 110 milhões de toneladas (safra de verão e 2ª safra) para dar conta da demanda interna (de cerca de 70 milhões de toneladas) e externa de milho, já que o País se tornou um grande exportador do grão.
Entretanto, com a na 2ª safra de 2021, o desempenho exportador do ano passado não será possível, já que a safra total do País deve ficar em 86 milhões de toneladas. O País já está sinalizando que poderá exportar no máximo entre 17 milhões e 20 milhões de toneladas este ano. Em relação à peste suína africana (PSA), ressalta-se a falta de estatísticas confiáveis na China em relação ao grave problema sanitário e em relação ao real tamanho do plantel suíno do país asiático.
De todo modo, mesmo que a China recupere seus plantéis, dizimados pela doença desde 2019, manterão fortes as importações de carne suína, o que continuaria a favorecer o Brasil. Dificilmente a China retornaria ao patamar de importação anterior à PSA, de 1,5 milhão de toneladas de carne suína por ano. Houve um salto de 4,5 milhões de toneladas por ano e, se retroceder, deve ficar no patamar entre 3 milhões e 4 milhões de toneladas por ano de carne suína adquirida do exterior. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.