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03/Ago/2021

Pandemia provoca recuo na exportação de bovinos

A pandemia afetou negativamente o desempenho da exportação de bovinos, sendo uma das poucas atividades do agronegócio brasileiro prejudicada por causa da Covid-19. Apesar da queda do desempenho ao menor nível desde 2004, em 2020 o Brasil ocupou a quarta posição entre os exportadores de bovinos (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos - USDA). Na contramão, a exportação de carne bovina durante a pandemia esteve e está indo bem, tendo como principal destino a China. No primeiro semestre deste ano, o Brasil exportou 735,8 mil toneladas de carne bovina in natura, faturando US$ 3,5 bilhões, um recuo de 5,3% em volume e um aumento de 2% em faturamento, na comparação com o mesmo período do ano passado (Secretaria de Comércio Exterior - Secex). Na quarta posição, o Brasil ficou atrás do México (1º), Austrália (2º) e Canadá (3º).

Um fator a ser considerado é o fato de as exportações canadenses e mexicanas serem, majoritariamente, por via terrestre, abastecendo o mercado norte-americano, uma vez que esses países são beneficiados pelo Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (Nafta) e atendem prioritariamente os Estados Unidos. Considerando a exportação via marítima, o Brasil ocupa a segunda posição, ficando atrás apenas da Austrália. Em relação ao rebanho nacional, a exportação de bovinos consome 0,2% do rebanho estimado em 214,4 milhões de cabeças (IBGE), ou seja, não concorre com o abastecimento interno, sendo uma operação complementar. No primeiro semestre de 2021, a exportação caiu em função da pandemia e do aumento da cotação da arroba do boi gordo, cujo preço subiu por causa da escassez de oferta.

O Brasil exportou 23,3 mil cabeças no primeiro semestre, com faturamento de US$ 22,1 milhões (Secex), o pior desempenho em 16 anos. Neste ano, o maior comprador no primeiro semestre foi a Arábia Saudita, responsável por 75,1% da exportação. Em segundo lugar ficaram os Emirados Árabes Unidos, com 3,9 mil cabeças, ou 16,7% do total exportado (Secex). A Turquia, que em 2020 importou 104,9 mil cabeças, e o Iraque, que importou 45,3 mil cabeças, nada importaram do Brasil em 2021 (Secex). Em relação aos pontos de embarque, os portos de Belém, em Belém do Pará, e de Rio Grande, no Rio Grande do Sul, foram as portas de saída.

Em 2020, o porto de Belém foi responsável por 49,6% da exportação, e o Porto de Rio Grande, por 35,4% (Secex). Em 2021, a exportação foi através dos portos de Belém, respondendo por 83,4% da quantidade em cabeças, e através do Porto de São Sebastião (SP), que exportou o restante (16,6%) (Secex). O faturamento médio nos primeiros semestres de 2017 a 2020 foi de US$ 157,5 milhões. No primeiro semestre de 2021, o faturamento está 85,9% menor que a média dos últimos 4 anos, um recuo de US$ 135,4 milhões (Secex). A exportação de gado pelo Brasil deverá encerrar o ano com o desempenho no menor nível dos últimos tempos. Fonte: Alcides Torres. Agência Estado.