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29/Jul/2021

Diferença entre o boi e carne é a maior em 5 anos

Em São Paulo, no atacado, há quase um ano os preços da arroba bovina operam acima dos observados para a carcaça casada. Na parcial deste mês de julho, a diferença média entre os valores desses produtos atingiu R$ 15,38 por arroba, a maior vantagem do boi gordo sobre a carcaça casada desde agosto de 2016, quando foi de R$ 15,97 por arroba. Vale lembrar que os preços do boi gordo em 2016 estavam em patamares elevados, ainda devido à restrição de oferta iniciada em 2015, ao passo que os valores da carne caíram em boa parte de 2016, justamente até agosto daquele ano, tendo em vista as crises econômica e política e o alto desemprego no País. Como comparação, a diferença entre os valores do boi godo e da carne bovina em junho/2021 era de R$ 10,69 por arroba, e em julho do ano passado, de apenas R$ 5,27 por arroba, também com vantagem do boi sobre a carne. Para esses cálculos, foram consideradas as médias mensais deflacionadas pelo IGP-DI.

Esse cenário evidencia que as valorizações observadas para o boi gordo vêm superando as registradas para a carne. No acumulado da parcial deste ano (de dezembro/2020 a julho/2021), enquanto o preço médio do boi gordo em São Paulo apresenta forte elevação de 4,84%, atingindo R$ 318,83 por arroba na média da parcial deste mês, a carcaça casada se valorizou bem menos, apenas 0,76%, com a média atual a R$ 20,23. De junho para julho, especificamente, enquanto a média do boi gordo registra avanço de 0,49%, a da carne bovina apresenta recuo, de 1,03%. No geral, os preços da arroba do boi gordo seguem firmes, sustentados pela baixa oferta de bovinos para abate, reforçada agora pela entressafra, e pelas exportações aquecidas, especialmente à China. Ressalta-se que os pecuaristas também vêm tentando repassar nos preços de venda do boi gordo os elevados custos de produção, especialmente os relacionados aos bovinos de reposição e à alimentação, que representam a maior parte dos gastos da atividade.

No caso da carne negociada no atacado, o repasse das altas do boi gordo para a proteína acaba sendo limitado pela ainda fraca demanda doméstica. Além do elevado patamar de comercialização da carne, o atual cenário econômico tem mantido fragilizado o poder de compra da maior parte da população brasileira, que, por sua vez, acaba consumindo proteínas mais baratas, como ovos e as carnes suína e de frango, principalmente. Em junho, com o valor de 1 Kg de carcaça casada bovina, era possível comprar 2,8 Kg de carne de frango resfriada (atacado de São Paulo). Assim, enquanto frigoríficos exportadores ainda conseguem resultados melhores com as vendas externas da proteína bovina, que, vale lembrar, está sendo negociada a valores elevados e em dólar, as unidades de abate que trabalham apenas com o mercado doméstico estão com as margens bastante apertadas. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.