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23/Jul/2021

Carnes: oferta de milho precisa crescer no Brasil

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) afirmou que é preciso estabelecer maior estabilidade na cadeia produtiva do milho, seja por efetivação de barter (troca de insumo por grão) ou por construção de armazéns. Nesse momento, o milho vem tendo picos de preço muito altos. A preocupação da cadeia da carne é ter milho e cereais que possam substitui-lo (para ração animal). A ABPA e a Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho) vão procurar a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, para discutir programas que incentivem a produção de milho no País. É preciso incentivar o plantio de milho com políticas públicas. Há problemas sérios de irrigação no País. O Rio Grande do Sul, por exemplo, tem 6 mil hectares não utilizados durante a safra de inverno por dificuldades de irrigação. Episódios climáticos afetaram a produção na safra atual, mas também foram vistos casos de bom desempenho e melhora de produtividade no Maranhão e em Tocantins.

A indústria de proteína animal consome cerca de 5 milhões de toneladas de milho por mês. A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT) reforçou a necessidade de o País ampliar a produção de milho, apesar de ainda ser superavitário. É difícil imaginar que em um País que produz mais do que consome possa haver falta do produto no mercado interno Apesar de Mato Grosso produzir na safra atual cerca de três vezes mais do que consome, mesmos com quebra de 20%, discute-se a falta do cereal no Estado. Enquanto o produtor não tiver condição de armazenar ao menos uma vez a mais o que produz, essa situação vai perdurar, mesmo produzindo 200 milhões ou 300 milhões de toneladas de milho. A indústria de proteína animal está analisando medidas para evitar a falta de disponibilidade de milho no mercado interno. Foi solicitado ao governo o acesso aos dados antecipados de exportação, para poder se antecipar a esse movimento. A Aprosoja acrescentou que 70% do milho produzido em Mato Grosso é vendido antecipadamente e a maior parte deste volume é destinado às tradings de exportação.

O produtor de animais deve entrar nesse mercado físico antecipado para não ser surpreendido. A Abramilho apontou que há potencial para o Brasil produzir 200 milhões de toneladas de milho antes de 2030. Mas, é preciso elevar a produtividade. Hoje, a produtividade é de 4,8 mil Kg por hectare e é necessário avançar para entre 5 e 7 mil Kg por hectare, como China e Estados Unidos. A avaliação é de que há demanda no mercado externo capaz de absorver esse incremento na produção brasileira. A perspectiva é de que, pelo menos nos próximos dois a três anos, haverá mercado favorável para o Brasil crescer em produção. Hoje, o Brasil exporta cerca de 30% da produção nacional. A entidade também citou a necessidade de políticas públicas para incentivar a produção, envolvendo toda a cadeia do cereal, e incluindo recursos para armazenagem. O setor precisa de recursos de longo prazo. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.