22/Jul/2021
A escalada nas exportações brasileiras de carne bovina aos Estados Unidos vem surpreendendo o setor pecuário nacional. O país norte-americano, inclusive, já se configura como o terceiro maior destino da proteína brasileira, atrás apenas da China e de Hong Kong, e superando a posição que vinha sendo ocupada pelo Chile. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), foram embarcadas 8,78 mil toneladas de proteína bovina aos Estados Unidos em junho.
Ainda que esse volume seja 17,9% inferior ao de maio, quando, é válido ressaltar, as vendas ao país norte-americano atingiram recorde mensal de 10,7 mil toneladas, supera em 18,2% a quantidade de junho do ano passado. De janeiro a junho de 2021, os envios de carne bovina aos Estados Unidos somam 42,48 mil toneladas, um recorde, mais que o dobro do volume exportado na primeira metade de 2020 (de 20,1 mil toneladas) e bem acima das 16,9 mil toneladas do mesmo período de 2019.
Ainda que os Estados Unidos sejam grandes produtores de carne bovina, o país também é um importante demandante global da proteína. O país é tipicamente conhecido por exportar carne cara e importar carne barata. Neste caso, acordo realizado no ano passado entre os Estados Unidos e a China tem favorecido as vendas norte-americanas ao país asiático. Para abastecimento doméstico, do Brasil, os norte-americanos vêm importando especialmente carne industrializada. Um grande player brasileiro tem embarcado proteína aos Estados Unidos para produção de hambúrguer.
Além do importante fato de que alguns frigoríficos brasileiros foram habilitados para exportar carne aos Estados Unidos no ano passado, a moeda brasileira desvalorizada frente ao dólar deixa a carne nacional bastante competitiva e atrativa aos norte-americanos. Um outro motivo que pode estar direcionando a demanda dos Estados Unidos ao Brasil seria o baixo número de rebanho na Austrália, forte player internacional. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.