ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

21/Jul/2021

Leite: preços ao produtor devem seguir elevados

O preço pago ao produtor de leite atingiu a quarta alta consecutiva em junho, fechando a “Média Brasil” líquida (Bahia, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul) em R$ 2,201 por litro, aumento de 7,5% em relação ao mês anterior (valores reais deflacionados pelo IPCA de junho/2021). E as expectativas sobre o leite captado em junho e pago ao produtor em julho apontam para nova elevação, em torno de 5%. De janeiro a junho de 2021, a média de preços esteve 34,2% acima do mesmo período do ano anterior, resultado da menor disponibilidade de matéria-prima no campo. A limitação da oferta se dá em consequência da forte estiagem em importantes bacias leiteiras e da alta expressiva nos custos de produção. Houve expressivo aumento de 11,5% nos custos de produção na “Média Brasil” no primeiro semestre de 2021 frente à primeira metade de 2020, resultado das valorizações dos grãos e do dólar.

Vale destacar que a desvalorização do Real frente às moedas estrangeiras resultou não somente no aumento das exportações de grãos e na diminuição da oferta doméstica como também encareceu os insumos produzidos com matéria-prima importada, como é o caso de adubos e corretivos e sais minerais. Porém, com a leve valorização do Real no último mês, o preço do concentrado na “Média Brasil” registrou pequena queda em junho. No entanto, os consecutivos meses de perda nas margens do produtor levaram muitos pecuaristas a diminuírem os investimentos na atividade, uma vez que o estímulo da alta nos preços do leite não tem garantido rentabilidade como em anos anteriores. Do lado da indústria, o repasse da valorização no campo para o consumidor segue conflituoso devido à demanda enfraquecida e ao menor poder de compra dos brasileiros. Laticínios e cooperativas têm mantido os estoques enxutos por conta de sua margem espremida, de modo a conseguirem maior poder de barganha para elevar preços.

Em junho, as cotações do queijo muçarela, leite UHT e leite em pó negociadas no atacado de São Paulo aumentaram 16,1%, 8,6% e 2,6%, respectivamente, em relação a maio/2021. Esse resultado deve sustentar a alta de preços ao produtor pelo leite captado em junho e pago em julho. No entanto, o movimento altista no mercado de derivados lácteos tem perdido força em julho, por conta dos elevados patamares de preços associados à demanda fragilizada. Junto a isso, os volumes de lácteos importados nos últimos meses devem diminuir a forte competição entre indústrias pela compra de leite no campo. Isso já foi sinalizado pelo desempenho do mercado spot (leite negociado entre indústrias) em julho. Em Minas Geais, o leite spot registrou média de R$ 2,52 por litro em julho, queda de 9,4% frente a junho. Esse resultado evidencia o controle do volume estocado das indústrias, indicando possíveis recuos nos preços da matéria-prima para agosto em relação ao leite captado em julho. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.