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20/Jul/2021

Boi: desempenho das exportações no 1º semestre

A representatividade das exportações brasileiras de carne bovina in natura aumentou, visto a situação de demanda doméstica moderada e a demanda externa crescente. Nos últimos cinco anos, em volume, a exportação cresceu 60,3%, saltando de 1,08 milhão de toneladas em 2016, para 1,72 milhão de toneladas em 2020, o maior volume já exportado pelo Brasil. Na comparação com 2019, o crescimento foi de 9,9% (Secex). Para 2021, a projeção é de desempenho ainda melhor, com a exportação batendo 1,84 milhão de toneladas de carne bovina in natura (USDA). A China ganhou destaque nos últimos anos, como a maior compradora da carne brasileira, em função do surto de peste suína africana (PSA) em 2018, que assolou o rebanho suíno chinês. No último ano consolidado, o país respondeu por 50,4% do volume de carne bovina in natura embarcado pelo Brasil. Analisando o primeiro semestre de 2020, o Brasil exportou 776,6 mil toneladas de carne bovina, com faturamento de US$ 3,44 bilhões.

Na comparação com o mesmo período de 2019, a alta no volume embarcado foi de 12,8%. China e Hong Kong juntos responderam por 60,4% do total embarcado no período, comprando 469,0 mil toneladas, com faturamento de US$2,2 bilhões. O segundo destino da carne bovina brasileira foi o Egito, que comprou 51,4 mil toneladas, seguido de Chile (33,9 mil toneladas), Rússia (29,8 mil toneladas) e Arábia Saudita (24,0 mil toneladas). Já no primeiro semestre de 2021, o Brasil exportou 735,8 mil toneladas, com faturamento de US$ 3,51 bilhões. Apesar da queda de 5,2% no volume exportado na comparação com o mesmo período de 2020, o faturamento foi 1,9% maior. No semestre, China e Hong Kong foram os principais destinos. Frente a 2020, o incremento nas compras da China foi de 9,5%, porém, para Hong Kong, houve queda de 32,0%. Dessa forma, analisando os dois mercados juntos, a alta foi singela, de 0,2%.

O ritmo mais lento dos embarques à China foi previsto pelo mercado em função da retomada da suinocultura chinesa. Este ano, os preços do suíno terminado no mercado chinês caíram significativamente, associado a um possível movimento de aumento de oferta. Em junho, o governo chinês anunciou que já havia praticamente recomposto seu plantel suíno aos níveis pré-PSA. Em junho deste ano, últimos dados consolidados, o Brasil obteve o melhor desempenho das exportações, com alta de 10,6% no volume embarcado em relação a maio. Esse movimento pode ter relação com um fator de mercado: a suspensão das exportações de carne bovina da Argentina. O país, que também é grande fornecedor do mercado chinês, limitou os embarques de carne bovina visando conter os aumentos de preços no mercado interno, o que empurrou o gigante asiático para as compras da carne de origem brasileira.

Outro ponto de destaque em maio e junho, foi o aumento da participação dos Estados Unidos dentre os compradores de carne bovina in natura do Brasil. Em maio, foram vendidas 10,7 mil toneladas de carne bovina para os norte-americanos, que ficaram atrás de China e Hong Kong. Em junho, o país comprou 8,8 mil toneladas. Esse aumento não deve estar relacionado a uma abertura ou consolidação do mercado norte-americano dentre nossos compradores, mas sim uma necessidade de atender a demanda interna, em meio a expectativa de aumento das exportações para a China. A exportação está mais compassada em 2021, frente a 2019 e 2020, anos recordes, mas ainda assim deverá superá-los. Comportamento dentro das expectativas de mercado. Cabe destacar que, pensando em mercado chinês e peste suína africana, a doença ainda não está contida e novos surtos podem incrementar o cenário do mercado. Fonte: Alcides Torres. Agência Estado.