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16/Jul/2021

Preços das carnes e ovos vão impactar na inflação

Com a renda comprimida e o desemprego em alta, ter carne no prato pesará cada vez mais no bolso dos brasileiros. Depois de muitos trocarem a proteína bovina por substitutos por causa do aumento do preço, os consumidores enfrentarão novas altas nos próximos meses também no frango, ovos e carne suína, além da própria carne bovina. Especialistas projetam que a inflação para proteínas irá superar os 10% este ano, após já ter disparado no ano passado, acima da expectativa de aumento de preços geral na economia, que é de 5,9% neste ano. Alternativa às carnes, o ovo de galinha também vai continuar subindo. A maior alta neste ano continuará sendo no preço da carne bovina (17,6%), seguida da carne suína (15,1%) e carne de frango (11,8%). Já os ovos devem subir 7,6%. A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) também prevê um aumento nos preços do frango de 10% a 15% já no fim de julho, início de agosto.

Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), as razões para o aumento da carne bovina diferem das outras proteínas. Enquanto os produtores de gado tiveram redução na produção e maior exportação, a ‘culpa’ pelo aumento do frango, suíno e ovos é dos custos de produção. De acordo com dados da Embrapa, os custos de produção em geral subiram 52,30% para o frango e 47,53% para os suínos nos últimos 12 meses. Matérias-primas para a ração, o milho teve alta de preços de 68,8% em 2020 e a soja ficou 79,4% mais cara no atacado. As projeções para 2021 são de aumento de 39,8% para o milho e de 7,2% para a soja. Como precisaram gastar mais para alimentar os animais, os produtores brasileiros sobem seus preços. O impacto chega à ponta final, nos supermercados. Até agora, os frangos comercializados na ponta foram criados, por exemplo, com o milho vendido a R$ 50,00 por saca de 60 Kg, preço que subiu para R$ 90,00 por saca de 60 Kg nos últimos meses.

Há um prazo de produção até chegar nas prateleiras, agora que estão começando a chegar os frangos que estão comendo o milho mais caro. As empresas terão que repassar o preço, ou então quebram. De acordo com a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), em junho de 2020 as famílias gastavam em média R$ 36,62 por mês com o consumo de frango. Com o aumento do preço do produto e a substituição da carne bovina, o gasto passou para R$ 43,95 no mês passado. Há uma tendência de alta daqui para frente, mas esse aumento para chegar na ponta vai depender dos níveis de estoque de cada empresa. Os supermercados vão negociar exaustivamente os preços. Quando não conseguirem negociar mais, vão repassar para o consumidor. Diante da alta, a recomendação é para que os consumidores reforcem as pesquisas de preço e faça substituições, quando for possível. Além disso, é recomendável comprar a quantidade necessária, não fazer estoque, porque se todos saírem comprando, aumenta a demanda e o preço. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.