09/Jul/2021

O preço do boi gordo registra leve oscilação em algumas regiões do País. Na maioria delas, a cotação caiu. Entretanto, a tendência altista permanece, em razão da falta estrutural de bois gordos no mercado físico e por causa da retenção de fêmeas para produção de bezerros. Outro fator que contribui para manter a firmeza nos preços é o bom desempenho das exportações, o que faz com que a indústria busque lotes de "boi China". Mesmo com o Real se valorizando frente ao dólar nas últimas semanas, a carne bovina brasileira segue competitiva no mercado internacional. Além disso, restrições de exportações de outros países, como na Austrália, devido ao baixo número de rebanho, e na Argentina, em decorrência de embargos, possibilitam que as vendas brasileiras se mantenham aquecidas. O fator baixista desta primeira quinzena de julho continua sendo a onda de frio no Centro-Sul do País.

Em São Paulo, por exemplo, a queda nas temperaturas obrigou os pecuaristas a entregarem seus lotes remanescentes de bois de pasto. No Estado, a cotação é de R$ 308,50 por arroba à vista e R$ 320,00 por arroba a prazo. Em Minas Gerais, há maior lentidão no escoamento de carne bovina ao mercado doméstico e uma sutil melhora na oferta de bois gordos. Assim, a cotação é de R$ 294,50 por arroba à vista. No Rio Grande do Sul, como um reflexo da restrição na oferta de gado terminado e condições climáticas desfavoráveis, o boi gordo registra alta para R$ 11,25 por Kg ou R$ 340,00 por arroba à vista. Na Região Sul, a situação é extrema e peculiar. As severas adversidades climáticas que atingem a região fornecem fundamentos para os maiores preços da arroba bovina no Brasil, tanto para machos quanto para fêmeas. As geadas não aumentaram a oferta de bois terminados, como o mercado esperava.

Em conjunto, a busca das indústrias frigoríficas pela composição das escalas de abate, que visa abastecer o mercado interno nesta semana, favorece ainda mais uma elevação do nível de preços. Em Mato Grosso do Sul e em Goiás, a cotação é de R$ 310,00 por arroba a prazo e R$ 305,00 por arroba a prazo, respectivamente. No Pará, embora as escalas de abate não tenham se alterado e permaneçam atendendo a seis dias úteis, em média, o boi gordo apresenta queda para R$ 293,33 por arroba à vista. Em São Paulo, no atacado, os varejistas conseguiram realizar novos repasses nos preços dos principais corte bovinos, após a estabilidade observada desde a semana passada. O ajuste, contudo, ainda não reflete o aumento esperado para o consumo na semana. Dessa forma, o traseiro e o dianteiro bovino estão cotados a R$ 22,60 por Kg e a R$ 17,60 por Kg, nesta ordem. A ponta da agulha ainda é negociada a R$ 17,60 por Kg.