06/Jul/2021

Os preços do boi gordo devem subir e podem chegar a R$ 350,00 por tonelada até o fim deste ano. Há perspectiva de queda na produção de carne bovina, com o menor volume de abates, além de um enfraquecimento no consumo. O cenário mais realista aponta para uma produção de 7,47 milhões de toneladas em 2021, 4,44% a menos do que em 2020. Parte desse recuo pode ser reflexo da redução no abate de bovinos do País, em razão da retenção de fêmeas pelos pecuaristas.

Nesse sentido, a projeção é de queda de 8,19% no total de bovinos abatidos em 2021 ante 2020, para 27,36 milhões de cabeças. Contudo, o abate pode ser ainda menor, a depender dos números dos próximos trimestres do ano. Isso porque, se houver um desestímulo ao confinamento por causa da alta dos custos, o mercado poderá observar um abate até 12% inferior ao de 2020. A probabilidade de números muito melhores nos próximos trimestres é pequena, visto que os preços futuros e os custos elevados não dão estímulo a atividade.

No aspecto da demanda, a hipótese mais realista é a de que a recuperação econômica esperada para o segundo semestre não seja suficiente para sustentar o consumo interno de carne bovina. O recuo produtivo e os preços atrativos da carne bovina exportada devem levar a demanda doméstica de proteína a recuar 2,13% no comparativo anual, atingindo os 5,07 milhões de toneladas de equivalente carcaça.

As vendas para o mercado externo também podem ser mais fracas do que em 2020, refletindo o encarecimento da carne bovina brasileira e uma possível redução do apetite chinês no segundo semestre do ano. Os embarques para a China ainda devem crescer na comparação anual, porém em um ritmo menos acelerado do que nos últimos cinco anos. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.