05/Jul/2021

De olho na oferta restrita de gado terminado e no lento escoamento de carne bovina ao mercado doméstico, os frigoríficos agem com cautela no mercado físico do boi gordo, o que explica a morosidade de negócios. Mesmo assim, a cotação do boi gordo segue firme em várias regiões do País, subindo apenas em regiões nas quais os frigoríficos tentam alongar escalas de abate. Porém, a demanda só deve ser reforçada no mercado físico quando as vendas de carne bovina no mercado interno reagirem. No curto prazo, isso pode acontecer neste início de mês, com o pagamento de salários, perspectiva que pode, porém, ser frustrada em razão da forte crise econômica do País e das taxas recordes de desemprego.

Além da demanda interna mais fraca, a comercialização externa, que funcionava como um escoadouro mais seguro da produção nacional, recuou em volume em junho, em relação a igual mês do ano passado. Em relação à oferta de bovinos, o clima frio contribui para uma deterioração das pastagens nas Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, o que retarda a terminação do gado que ainda não está confinado. Nesse sentido, a conjuntura de baixa disponibilidade de bois prontos para o abate se acentua, mantendo a tendência de firmeza para o boi gordo. Além disso, os efeitos das geadas nas lavouras de milho podem elevar os custos com ração, fato que já está sendo precificado pelo mercado futuro. Em São Paulo, os preços continuam inalterados, com o boi gordo cotado a R$ 310,50 por arroba à vista e R$ 322,00 por arroba a prazo.

Em Mato Grosso, a cotação é de R$ 298,50 por arroba à vista. No Paraná, a oferta é restrita, mas indústrias contam com escalas confortáveis em um cenário de consumo travado. Assim, a cotação ficou inalterada, a R$ 310,50 por arroba à vista. Em Goiás e na Bahia, o consumo demonstra sinais de recuperação, engajando frigoríficos a aumentarem as compras. Em Goiás, o boi gordo está cotado a R$ 307,00 por arroba a prazo e, na Bahia, a R$ 293,00 por arroba à vista. Em Tocantins, o boi gordo está cotado a R$ 293,00 por arroba à vista. Em Mato Grosso do Sul, a cotação é de R$ 309,80 por arroba à vista. Em São Paulo, no atacado, o traseiro do boi segue cotado a R$ 22,10 por Kg, enquanto o dianteiro custa R$ 17,10 por Kg e a ponta de agulha é negociada a R$ 17,60 por Kg.