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02/Jul/2021

JBS antecipa a meta de desmatamento ilegal zero

A JBS anunciou que vai adiantar em cinco anos, de 2030 para 2025, sua meta de alcançar o desmatamento ilegal zero nos biomas Cerrado, Pantanal, Mata Atlântica e Caatinga. O prazo para essas regiões do País vem se igualar, agora, com o bioma Amazônia, cujo objetivo inicial já era 2025. A antecipação ocorre por causa do avanço bem-sucedido do projeto Plataforma Pecuária Transparente, voltado a auxiliar o monitoramento dos fornecedores de gado dos fornecedores diretos da JBS. Por meio dessa tecnologia, é possível rastrear a origem do gado desde o seu nascimento e verificar, assim, se o animal passou, em algum momento da vida, por propriedades com alguma restrição ambiental, social ou trabalhista, como áreas desmatadas ilegalmente, com uso de trabalho análogo à escravidão ou infantil, ou embargadas pelo Ibama. Mapeando todos os fornecedores, diretos e indiretos, a JBS pretende eliminar as eventuais irregularidades, e, paralelamente, estimular a regularização dos fornecedores vetados.

Para este ano, o objetivo da empresa era atingir 1 milhão de cabeças de gado rastreáveis dentro da plataforma, só que, em três meses de operação, 40% da meta já foi alcançada. Esse avanço deu bastante segurança para empresa antecipar a meta de desmatamento ilegal zero para os quatro biomas. É um número bastante representativo, levando em conta que o processo está na fase inicial e que, por enquanto, se trata de adesão voluntária dos pecuaristas. A JBS espera que, até 2025, tenha 100% dos bovinos que abate inseridos na plataforma e, junto com eles, um mapeamento de todas as propriedades por onde a boiada circulou ao longo da vida. No primeiro trimestre de 2021, a companhia informou ter abatido 33.850 bovinos por dia útil em suas 36 unidades de processamento no País. Ou seja, se fosse hoje, teria de ter cadastrado, em um ano, até 8 milhões de cabeças na Pecuária Transparente.

Além disso, conta com uma cadeia de 80 mil fornecedores diretos de gado em todo o País e que já são monitorados diariamente em relação a regras ambientais desde 2009, cobrindo uma área maior do que o território da França, ou 85 milhões de hectares. Na plataforma, que usa a tecnologia blockchain, o pecuarista fornecedor de gado terminado para a JBS insere seus dados e informações de quem lhe forneceu bois magros e bezerros para recria e engorda (os chamados fornecedores indiretos), que, até então, eram o principal gargalo da cadeia produtiva para conseguir rastrear a origem de todo o rebanho. Sem a blockchain, seria muito mais difícil fazer a gestão da segurança e de informações de terceiros. Esta tecnologia garante que as informações serão manipuladas de maneira correta e confidencial. A partir daí, no próprio programa, o criador tem condições de saber se quem lhe está fornecendo boi magro tem uma propriedade em conformidade ambiental, social e trabalhista, por meio de informações concedidas pela própria plataforma, instantaneamente.

Além disso, o sistema georreferenciado por imagens via satélite também viabiliza o acompanhamento de fazendas em todos os biomas. O fornecedor direto pode, inclusive, avisar o indireto sobre eventuais irregularidades e, a partir daí, ele será encaminhado para um dos "Escritórios Verdes" da JBS, que prestam assessoria jurídica e ambiental gratuita para estimular a regularização da cadeia pecuária. Atualmente, a JBS dispõe de 13 desses escritórios no País. Além do otimismo com a Plataforma Pecuária Transparente, a JBS comenta que a antecipação do prazo para os quatro biomas (Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica e Pantanal) está lastreada também no compromisso que a empresa tem com a agenda da sustentabilidade. Está claro para o setor que a JBS está comprometida com esta questão. Outra questão é a tecnológica, fundamental e importante para conseguir rastrear a cadeia, preservando e mantendo a confidencialidade das informações.

O mais importante é o engajamento da JBS com seus fornecedores de gado. Outro motivo de a JBS ter antecipado seu compromisso para esses biomas é que havia demanda por parte dos pecuaristas daqueles quatro biomas. Esta ferramenta, no fim, traz um empoderamento do fornecedor de gado, porque lhe permite analisar os seus próprios fornecedores e ver se eles estão de acordo com o que o fornecedor da JBS já tem de cumprir. Porém, de 2021 até 2025, a adesão à Plataforma Pecuária Transparente é voluntária. A partir de 2026 será obrigatória para o pecuarista que quiser fornecer gado para a JBS. O acesso à plataforma se dá por meio de login e senha e é gratuito. Mas, a ideia é que, ao longo desses cinco anos, seja possível avançar na identificação dos fornecedores diretos e indiretos com passivos ambientais. A expectativa é de que, nesse período, seja possível corrigir grande parte dos problemas ambientais na cadeia, passando a 2026 com uma cadeia produtiva mais transparente e sustentável. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.