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01/Jul/2021

Boi: argentinos pedem solução para exportações

Após a primeira reunião informativa do “Plano Pecuário” que o governo da Argentina propôs, as Confederações Rurais Argentinas (CRA) anunciaram irão abandonar as discussões até que haja um sinal concreto que busque uma solução eficaz e sustentada. Começar o trabalho com exportações fechadas constitui um obstáculo intransponível. O principal incentivo para produzir é a demanda. Com a suspensão das exportações, uma parte importante da demanda é cortada, tirando a principal motivação para produzir e investir. Nesse contexto, pouco vale um espaço de trabalho que não respeite esse princípio essencial de toda produção sustentada, afirma a entidade. As intervenções anteriores no país custaram à cadeia produtiva e a toda a Argentina mais de 17.000 empregos diretos e 65.000 empregos indiretos e privados.

Sem respeitar a demanda, o mercado, os clientes e a reputação se perdem, causando prejuízos à toda a cadeia da carne, com efeitos especiais no produtor primário. Não se realiza investimentos em um contexto de incerteza. Um plano de pecuária de fundo, sustentado no tempo e amparado por lei, é mais do que bem-vindo pelo setor produtivo, mas em um contexto de abertura de mercados, não em um contexto de fechamento de exportações. A entidade considera que foi ignorada nas negociações que culminaram no encerramento das exportações e não quer voltar a gerar nos associados a ilusão de um plano pecuário, se desde o início o diagnóstico estava errado.

O problema da carne não é de oferta, mas de acesso. A Argentina produz 3,2 milhões de toneladas de carne bovina, das quais 900 mil são exportadas e os argentinos consomem 2,3 milhões. Somam-se a isso 3 milhões de toneladas de frangos e suínos. O que coloca a Argentina no pódio do maior consumidor per capita mundial de carne bovina, em particular, e de carnes, em geral. O problema da carne não é de preço, mas de poder de compra. Na Argentina, a carne é mais barata do que nos países vizinhos e até 80% mais barata do que na Europa. O que ocorre é que os argentinos têm perdido poder aquisitivo, o que se reflete em uma queda de 20% na massa salarial real nos últimos três anos. Por isso, o CRA entende que as medidas para solucionar esse problema devem ter como foco a redução da inflação. Fonte: On24. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.