ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

01/Jul/2021

Leite: preço pago ao produtor sobe mais em junho

O preço do leite captado em maio e pago aos produtores em junho registou forte alta de 8% na “Média Brasil” líquida (Bahia, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul), indo para R$ 2,201 por litro. Esse valor de junho ficou 34,9% acima do registrado no mesmo período do ano passado, em termos reais, e é um recorde para o mês, considerando-se a série histórica do Cepea (os dados foram deflacionados pelo IPCA de maio/2021). No primeiro semestre deste ano, o preço médio do leite recebido por produtores, de R$ 2,05 por litro, supera em 33,6% o do mesmo período de 2020. Esse cenário é resultado da oferta limitada de leite no campo. Sazonalmente, durante o outono e inverno, o menor volume de chuvas prejudica a qualidade das pastagens e, consequentemente, a alimentação volumosa do rebanho. Para evitar quedas bruscas na produção de leite, a alimentação concentrada é fundamental.

Contudo, neste ano, além de a seca ter sido mais intensa, a expressiva elevação do preço do concentrado tem dificultado os investimentos na atividade e reforçado a menor produção de leite nos últimos meses. O concentrado subiu 4,4% de abril para maio, acumulando alta de 12% em 2021, influenciado pela valorização nos mercados de grãos. O poder de compra do pecuarista leiteiro frente ao milho em maio caiu pelo quinto mês consecutivo. Enquanto em abril eram precisos 48,97 litros de leite para adquirir 1 saca de 60 Kg de milho (Campinas -SP), em maio, foram necessários 49,46 litros. Frente a junho de 2020, a perda no poder de compra chega a 36%. Além do concentrado, outros insumos também encareceram em 2021, como a suplementação mineral e adubos e corretivos, que se valorizaram 10% e 24% no acumulado do ano, respectivamente. Nesse cenário de custos elevados, o Índice de Captação Leiteira (ICAP-L) do Cepea recuou 1,67% de abril para maio.

Com a menor oferta de leite em maio, as indústrias elevaram a competição pela compra de matéria-prima, para tentar manter suas posições no mercado lácteo. Em maio, as negociações de leite spot estiveram aquecidas, e o preço médio em Minas Gerais saltou de R$ 2,19 por litro na primeira quinzena do mês, para R$ 2,56 por litro na segunda quinzena (aumento de 16,5%). Com a matéria-prima mais cara e os estoques de lácteos enxutos, os valores dos derivados lácteos também se elevaram: 5,2% no caso do leite UHT; 0,6% no caso do leite em pó; e 11,6% no caso da muçarela. A elevação nos preços dos derivados não significou demanda aquecida. As negociações de lácteos seguiram pressionadas pelos canais de distribuição, já que as cotações estão em patamares elevados, e a demanda está fragilizada, por conta do menor poder de compra de grande parcela da população brasileira. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.