24/Jun/2021

O mercado físico do boi gordo está um pouco mais movimentado, com interesse de compra crescendo nas regiões onde frigoríficos relatam escalas de abate curtas. Nesses locais, os preços estão avançando, enquanto em regiões que registram programações mais confortáveis para as indústrias, a cotação se mantém estável, embora firme. No Rio Grande do Sul, as indústrias alternam dias de abate e algumas plantas estão concedendo férias coletivas aos funcionários. A cotação está firme, a R$ 11,45 por Kg, um diferencial de 8,4% a mais em relação a São Paulo. A escassez na oferta de gado terminado no Estado está levando à valorização do boi gordo, para R$ 331,00 por arroba à vista. Em Mato Grosso do Sul, a baixa disponibilidade de bois prontos para o abate também impulsiona as cotações. O valor atual é de R$ 312,00 por arroba a prazo.

Embora a oferta seja o principal driver do mercado neste período do ano, alguns ajustes pontuais de preços vêm sendo realizados pelas indústrias, com base em fatores como variação cambial e as demandas interna e externa. Não há espaço para a arroba recuar, ao menos até a oferta aumentar, provavelmente no fim de julho ou início de agosto. As variações que serão observadas até lá serão por influenciadas pela demanda. Na segunda quinzena do mês o consumo de carne bovina pelos consumidores brasileiros costuma arrefecer, mas há crescimento da média diária das exportações do País, na comparação com o ano passado, o que tem ajudado no escoamento do produto. Contudo, a desaceleração das vendas no mercado doméstico aumentou a cautela dos frigoríficos na aquisição de bovinos terminados, travando os negócios em algumas regiões.

O arrefecimento das vendas de carne na ponta distribuidora inviabiliza a ocorrência de valores maiores na proteína e, por consequência, para o boi gordo. O cenário pode prejudicar as margens das indústrias, especialmente se houver uma continuidade do ritmo normal de operações. Em São Paulo, ainda que a média das escalas de abate tenha caído 7,92%, para 8,5 dias úteis, o boi gordo se mantém praticamente estável, a R$ 310,50 por arroba à vista e a R$ 322,00 por arroba a prazo. No atacado, os preços se mantêm inalterados. A grande dificuldade enfrentada pelos varejistas para dar vazão à produção não permite nenhuma procura para reposição de estoques. Desta forma, o traseiro é negociado a R$ 22,10 por Kg. O dianteiro e a ponta da agulha estão cotados a R$ 17,60 por Kg.