22/Jun/2021

O mercado físico do boi gordo segue com preços estáveis. Nesta segunda quinzena, o consumo de carne bovina no País tende a arrefecer e as indústrias desaceleram a busca por bois prontos para o abate. O movimento já garantiu firmeza da arroba nas principais praças pecuárias, mas limitou a alta que vinha sendo esperada, em razão da menor oferta de gado. A indústria tende a manter a cautela enquanto avalia o escoamento do produto no fim de semana, embora as expectativas não sejam tão positivas. Apesar da estabilidade momentânea, o descompasso entre a oferta e a demanda é o que tende a continuar ditando o ritmo do mercado. Se por um lado a indústria tenta barganhar preços mais baixos da boiada para ampliar as margens de lucro, os pecuaristas necessitam de preços maiores para gerar rentabilidade com os seus bovinos engordados no cocho.

A situação da indústria diverge a depender do Estado brasileiro. Nas Regiões Centro-Oeste e Sudeste, os frigoríficos que têm acesso a boitéis, isto é, confinamentos terceirizados, conseguem manter o ritmo de abate diário. Outras empresas, porém, avaliam a conjuntura com maior cautela e traçam estratégias para completar as programações de abate, dada a demanda maior por bovinos originados de confinamentos. Em São Paulo, os preços se mantêm estáveis, com as escalas de abate mais confortáveis das indústrias e com a perspectiva de redução no consumo de carne bovina nesta segunda quinzena do mês. A cotação é de R$ 309,50 por arroba à vista e R$ 322,00 por arroba a prazo. A movimentação em outras regiões do País também é lenta, permitindo pequenos ajustes em regiões específicas.

Na Bahia, o boi gordo está cotado a R$ 288,50 por arroba à vista. Em Mato Grosso, a cotação é de R$ 300,50 por arroba à vista. No Rio Grande do Sul, havia uma expectativa de maior facilidade na aquisição de bois terminados por causa das condições climáticas adversas. Mas, a escassez de bovinos persistiu e impulsiona as cotações. O valor atual é de R$ 330,00 por arroba à vista. Em São Paulo, no atacado, os preços dos principais cortes bovinos registram recuo. O traseiro passou de R$ 22,60 por Kg para R$ 22,10 por Kg. O dianteiro e a ponta da agulha caíram de R$ 18,10 por Kg para R$ 17,60 por Kg. É possível observar uma retração no consumo, fazendo com que a oferta da proteína se torne maior, pressionando as cotações. A expectativa das distribuidoras com relação à procura por reposição de estoques segue negativa.