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17/Jun/2021

Boi: China pode ter atingido limite de importação

As exportações brasileiras de carne bovina in natura continuam em ritmo acelerado neste ano, o que mantém os preços internos do boi gordo e da carcaça casada em patamares firmes. No acumulado da parcial de 2021 (até maio), o volume de carne escoado pelo Brasil está apenas 2,9% abaixo do registrado em 2020, quando, vale lembrar, atingiu recorde para o período, mas permanece 2,55% acima da soma de janeiro a maio de 2019. E esse bom desempenho segue atrelado à forte demanda da China por carne. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), de janeiro a maio deste ano, a China foi destino de 317,08 mil toneladas de carne bovina brasileira, o que representa 10,3% a mais do que a quantidade exportada ao país asiático no mesmo período do ano passado e expressivos 151,6% a mais que em 2019. No entanto, de maio de 2020 para maio deste ano, os envios da proteína nacional à China diminuíram com certa força, quase 20%, passando de 83,9 mil toneladas para 67,3 mil toneladas.

Entre dezembro de 2020 e maio deste ano, a redução foi ainda maior, de 24% (no último mês de 2020, a China foi destino de 88,6 mil toneladas da carne brasileira). Essa desaceleração das exportações da proteína à China gera preocupação dentre os agentes do setor. Isso porque alguns chegam a se indagar se a demanda chinesa por carne brasileira não teria atingido um limite. Neste caso, a recuperação do rebanho de suínos na China (a carne suína é uma das mais consumidas no país) pode indicar que a China pode, de fato, frear o ritmo de compras de proteína no mercado internacional. Segundo informações divulgadas nesta quarta-feira (16/06), pelo Ministério da Agricultura e Assuntos Rurais da China, o rebanho de suínos teria crescido 23,5% em maio em relação ao mesmo mês de 2020. Ao longo dos últimos anos, ressalta-se, as vendas brasileiras foram se concentrando no país asiático. Na parcial de 2021, de todo o volume de carne bovina embarcado pelo Brasil, 44% tiveram como destino a China. Em 2020, a representação do destino asiático foi de 39%. Além disso, a recente desvalorização do dólar frente ao Real limita os ganhos em moeda nacional por parte de frigoríficos brasileiros.

Por outro lado, o valor pago pela China pelo quilo da carne bovina brasileira aumentou, o que gera certo alívio. Dados da Secex mostram que, em maio, a média do preço pago pela China foi de US$ 5,10 por Kg, 3,11% (ou US$ 0,15) a mais que em abril e 4% (US$ 0,20) acima do de maio do ano passado. Até a segunda semana de junho, as exportações brasileiras de carne bovina somavam 53,45 mil toneladas, com média diária de embarques a 6,68 mil toneladas. Caso esse ritmo seja mantido, as vendas externas podem totalizar 140 mil toneladas até o encerramento deste mês, o que seria um pouco abaixo da quantidade de junho de 2020, de 151,921 mil toneladas. No mercado nacional, a baixa oferta de bovinos para abate e o bom desempenho das exportações brasileiras de carne mantêm firmes os preços do boi gordo. O preço médio do boi gordo em São Paulo é de R$ 317,35 por arroba, acumulando leve alta de 0,38% no acumulado da parcial de junho. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.