ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

16/Jun/2021

Leite: o ranking das maiores empresas do Brasil

A Abraleite divulgou os resultados do 24º ranking das maiores empresas de laticínios do Brasil, que contou o com o apoio da Sob Controle Fazenda (Sistema de Gestão para a Pecuária Leiteira). Em 2020, o ranking apresenta os dados de 12 empresas, uma a menos que em 2019. O volume da captação das 12 empresas foi equivalente a cerca de 29% da captação formal brasileira em 2020, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Comparado ao ano anterior, houve uma queda desta participação. É importante ressaltar que, além do número menor de participantes em 2020, os dados também não contam com a participação de grandes empresas relevantes para a cadeia leiteira brasileira, como a Lactalis (hoje a maior compradora de leite do Brasil), Italac, CCPR, Tirol e Aurora. Como dito anteriormente, neste ano, o ranking conta com uma empresa a menos que em 2019. Deste modo, para comparação, foram considerados apenas os dados das empresas participantes neste ano.

O volume total de captação agregado das 12 empresas, em 2020, foi 4,2% superior em relação à 2019, aumentando de 7,2 bilhões de litros por ano (aproximadamente 19,6 milhões litros por dia) para 7,4 bilhões de litros por ano (aproximadamente 20,5 milhões litros por dia). Este crescimento é maior do que o observado na captação de leite formal apresentado pelo IBGE, que foi de 2,1% em relação à 2019. A estimativa da capacidade instalada de processamento de leite em 2020 foi de 10,5 bilhões de litros de leite por ano, cerca de 28 milhões de litros por dia, apontando uma redução de 6% em relação ao número de 2019. As principais empresas utilizaram 71% (referente à 10.5 bilhões de litros por ano) da sua capacidade total em 2020, valor que é 0,6% inferior ao valor relativo do que era utilizado em 2019 (70,4%, referente a 11.1 bilhões de litros por ano). A produção média diária dos fornecedores mapeados dos laticínios cresceu cerca de 3% em relação a 2019, passando de 446 litros por produtor/dia para 480 litros por produtor/dia. Na análise dos últimos 10 anos, é possível perceber um crescimento de quase 100% na média de produção diária.

Em 2020, foi observado um aumento no número total de fornecedores das empresas do ranking (+ 1,3%), atingindo 29,3 mil produtores. Os maiores destaques ficam com a Embaré, que aumentou em 21,9% o seu número de produtores diretos, e com a Cativa, que aumentou o número em 24,4%, atingindo quase 2.500 fornecedores. Por outro lado, a Nestlé reduziu o número de produtores em 29,5% e a DPA Brasil reduziu em 21,1%, chegando 75 produtores. É importante ressaltar que a Nestlé e a Cativa apresentaram queda no volume de recepção de leite (13,8% e 14,7%, respectivamente). Depois de muitos anos apresentando a Nestlé na liderança, em 2020, o posto passou a ser ocupado pela Bela Vista (Piracanjuba), com cerca de 1,8 bilhões de litros de leite (aproximadamente 4,9 milhões de litros por dia). A empresa cresceu sua captação em 23,3% em relação ao ano passado. No segundo e terceiro lugar, ficaram a UNIUM (cooperativas Frisia, Castrolanda e Capal), com crescimento de 3,3% em relação a 2019 (aproximadamente 1,3 bilhão de litros por ano) e a Nestlé, que reduziu em 13,8% seu volume de compra de leite, passando a 1,2 bilhão de litros por ano.

No que tange à compra de leite de terceiros (leite Spot), a Nestlé lidera o ranking em 2020, com 670 milhões de litros adquiridos no ano. Ainda assim, se comparado a 2019, esse volume foi 5% menor. A empresa que mais aumentou o volume de compra de leite de terceiros foi a Piracanjuba, chegando a 542,5 milhões de litros, seguida da Embaré, que atingiu 314,3 milhões de litros captado de terceiros. Ainda que liderando o ranking de 2020, a Laticínios Bela Vista contou com uma leve redução de 0,34% na produção média diária de seus produtores. Junto com ela, somente a Embaré também apresentou queda no volume diário por produtor (- 16,3% em relação à 2019), passando a 609 litros por produtor/dia. Por outro lado, a DPA Brasil e a UNIUM contaram com os aumentos mais significativos nos volumes médios dos fornecedores, 54,7% (1.994 litros por produtor/dia) e 22,5% (2.053 litros por produtor/dia), respectivamente. Também foi observada estabilidade na participação do leite spot no total do leite captado pelas empresas.

Em ambos os anos, ele representou 31% do volume total captado por elas. Avaliando os resultados deste ranking em 2020, a Abraleite comentou: sobre a mudança na primeira posição do ranking, que em 2020 passou a ser ocupada pela Piracanjuba, deveu-se em partes a negócios firmados por ela e a Nestlé, inclusive assumindo plantas e, consequentemente, produtores e, assim, mais volume de leite. Lembrando que a Nestlé foi a primeira no ranking por 23 anos. Ressalta-se também a mudança de posição da Frimesa, que estava na 12ª posição e subiu para a 9ª, com crescimento de cerca de 36% na captação. Outro destaque é o crescimento na captação da Embaré, cerca de 20%, mas permaneceu na 4ª posição. É importante destacar um indicativo de desenvolvimento no setor que é o crescimento da produção média diária por produtor, que passou de 467 litros por produtor/dia em 2019, para 480 litros por produtor/dia em 2020. Este índice cresceu em 10 das 12 empresas do ranking. Fonte: MilkPoint. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.