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15/Jun/2021

Boi: preços estão firmes e as indústrias cautelosas

O mercado físico de boi gordo opera com cautela, após a desaceleração dos negócios no final da semana passada. A indústria tende a avaliar o escoamento de carne bovina no fim de semana. Essa tem sido a estratégia dos frigoríficos antes de programarem as próximas compras de gado terminado, em virtude dos preços mais altos e da escassez de oferta. As cotações da boiada tendem a continuar sustentadas, com o período de entressafra já bem demarcado em algumas regiões do País. Grande parte das unidades de abate operam abaixo da capacidade produtiva, com escalas de abate apertadas, em torno de quatro dias úteis. Nesse sentido, o mercado interno tem sido abastecido por fêmeas, cujo preço é mais baixo, enquanto o mercado externo recebe animais provenientes dos confinamentos, porém apenas mediante pagamento de prêmio. Outro fator que influencia na valorização do boi gordo é a demanda externa aquecida, mesmo com os recentes movimentos de apreciação do Real frente ao dólar.

No cenário global, a recuperação econômica após a pandemia do coronavírus motiva a retomada no consumo e nas importações de carne bovina. Além disso, a China segue como um destino importante do produto brasileiro, enquanto dá andamento ao processo de recomposição do seu plantel de suínos. A Argentina é outro país que chama atenção, por causa da possibilidade de extensão do período de restrição à exportação de carne bovina. Na semana passada, a Câmara da Indústria e Comércio de Carnes (Ciccra) da Argentina informou que os embarques da proteína bovina caíram cerca 35% no mês de maio, passando de 69,5 mil toneladas em abril para 45,2 mil toneladas no mês passado. Em São Paulo, o boi gordo está cotado a R$ 309,50 por arroba à vista e a R$ 318,00 por arroba a prazo. O mercado registra queda na liquidez. Em outras regiões do País, o movimento também é menor.

No Maranhão, o boi gordo é negociado a R$ 288,50 por arroba à vista. Em Tocantins, a cotação é de R$ 293,50 por arroba à vista. Em Mato Grosso, o boi gordo está cotado entre R$ 306,00 e R$ 303,00 por arroba a prazo. No Rio Grande do Sul, os frigoríficos estão pulando dias de abate, por causa da dificuldade de adquirir bovinos terminados. As recentes geadas que atingiram a região mostraram a real magnitude da escassez, pois era esperado aumento da oferta de gado, situação que não se confirmou. Em São Paulo, no atacado, o traseiro bovino está cotado a R$ 22,60 por Kg. O dianteiro e a ponta da agulha são negociados a R$ 17,60 por Kg. A continuidade da procura por parte dos consumidores fornece algum espaço para reajustes de preços, visando repasses de custos. Além disso, as significativas altas de preços das proteínas concorrentes, as de aves e de suínos, dão um suporte adicional ao movimento atual no varejo. A carcaça do boi castrado é negociada a R$ 20,33 por Kg. A carcaça do boi inteiro é comercializada a R$ 19,03 por Kg.