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10/Jun/2021

Suíno: JBS anuncia compra de fábrica na Austrália

A JBS comprou a empresa australiana de suínos Rivalea por US$ 135 milhões (cerca de R$ 680 milhões). O negócio é, ao mesmo tempo, um pequeno movimento para a gigante brasileira e um sinal importante para a estratégia da companhia. A transação representa menos de 1% do valor de mercado da JBS, em uma região que responde por 4% das receitas totais do grupo. Mas, se trata de uma indicação da diversificação produtiva e geográfica do conglomerado, além de um lembrete sobre o apetite por ativos que possam trazer sinergias ao negócio. A JBS continua com a sua estratégia de expansão global através de desenvolvimento e aquisições de novas marcas. Sobre o negócio na Austrália, a empresa destaca a proximidade com a Ásia como um fator vantajoso do ponto de vista da logística para exportação.

Uma vez que as preocupações com o balanço patrimonial foram resolvidas, a JBS está de volta ao modo de M&A (fusões e aquisições), anunciando sete aquisições nos últimos dois anos (provavelmente adiadas pela pandemia), das quais seis envolvem produtos de valor agregado. O acordo fechado para adquirir a Rivalea, pertencente à empresa de alimentos QAF Limited, listada em Singapura, permite à JBS assumir a liderança no processamento de suínos do país. A companhia é dona de marcas conhecidas e tem 25% do segmento na Austrália. A Rivalea tem faturamento anual de aproximadamente 400 milhões de dólares australianos (US$ 310 milhões), duas fábricas e mais de mil colaboradores. A JBS busca criar melhores condições para acelerar o crescimento dos negócios de valor agregado e marca no país, além de fortalecer a plataforma de exportação. O momento é favorável para a venda de carne suína e de produtos mais baratos no mercado doméstico australiano, em função da recuperação econômica do país pós-pandemia e do encarecimento da carne bovina.

O setor de suínos não é o mais forte no país (grande produtor de carne bovina) e tem menor relevância no mercado internacional, com produção de cerca de 420 mil toneladas por ano, das quais apenas 35 mil toneladas são exportadas. Ainda assim, a diversificação da operação da JBS é importante para dar mais segurança produtiva à empresa. A conjuntura tem sido desafiadora, após as condições climáticas desfavoráveis dos últimos anos, que eliminaram mais de 500 mil bovinos. Enquanto pecuaristas tentam recompor o rebanho, a escassez na oferta tem elevado os preços da carne bovina e levado os consumidores a optarem por proteínas mais baratas. A estratégia da JBS vai ao encontro desse cenário, já que no último balanço os executivos informaram que a operação da empresa na Austrália, capitaneada pela JBS USA, quase não contribuiu com o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) gerado no primeiro trimestre. A empresa só espera melhora significativa na produção de bovinos australiana no ano que vem e o único setor com bom desempenho é a marca Primo, de produtos industrializados.

Ao mesmo tempo que avança na estratégia de se tornar uma empresa de alimentos mais diversificada, a JBS também se esforça para mostrar respostas para as cobranças de investidores em torno de práticas mais sustentáveis. A JBS anunciou, na terça-feira (08/07), a emissão títulos voltados à sustentabilidade, com vencimento em 10 anos e opção de recompra em 5 anos. A companhia informou haver uma série de medidas em andamento para tornar suas operações mais sustentáveis em todo o mundo. Como parte desse processo, a JBS estabeleceu como meta reduzir as emissões de gás efeito estufa em 30% até 2030, tomando por base as emissões de 2019. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.