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08/Jun/2021

Boi: frigoríficos têm maior ociosidade desde 2012

O grau de ociosidade dos frigoríficos brasileiros, nos primeiros meses de 2021, é o maior desde 2012. A ociosidade é estimada considerando a capacidade de abate diária do frigorífico e a quantidade de cabeças abatidas por dia, em percentagem. Nos últimos tempos essa quantidade de gado não tem sido suficiente para ocupar a capacidade de abate dos frigoríficos. Essa desocupação está sendo causada por uma associação de fatores e o mais importante é, justamente, a queda da oferta de bovinos. E a causa dessa retração é a retenção de fêmeas, de matrizes, para a produção de bezerros. Isso está acontecendo porque os bovinos para a reposição do rebanho estão com preços altos, estimulando essa atitude. Pode-se dizer que a quantidade de machos que vai para o abate é relativamente regular todos os anos e o que varia é a oferta de fêmeas. Menos vacas indo para o abate, menor oferta de cabeças no mercado.

Nesses primeiros cinco meses de 2021 a desaceleração da exportação também ajudou nesse quadro. O volume de carne bovina in natura exportada caiu em relação ao mesmo período de 2020, diminuindo, em função disso, a necessidade da compra de boiadas. Para driblar ou amenizar essa situação, a estratégia tem sido o abate em dias alternados, a redução da quantidade de cabeças abatidas por dia e, em casos mais críticos, a concessão de férias coletivas. O nível de ociosidade estimado nos primeiros meses de 2021 foi o maior desde 2012. Em 2020, o nível médio de ociosidade já era o maior da história no período, porém, no primeiro quadrimestre de 2021, a taxa subiu 94% em relação ao mesmo intervalo de 2020, chegando aos 45% de ociosidade média neste ano.

Em alguns Estados, onde a situação das ofertas está ainda mais restrita, o indicador de ociosidade ultrapassa a média nacional, cujos destaques são Bahia, com 53%, Maranhão, com 52%, e Paraná, com 49%. Para este ano, a projeção é de que a oferta de gado continue pequena e piore com o aprofundamento da entressafra. A expectativa para 2022 também é de mercado comprador, com a retenção de fêmeas vigorando ao longo do ano. Com relação ao consumo de carne no mercado interno, outro fator que influi na ociosidade, não se espera grandes avanços, pois a vacinação da população brasileira contra a Covid-19 deverá se estender até o final do ano, não dando refresco para as dificuldades econômicas vigentes, com desemprego e queda de renda. O alento vem da exportação, cujo desempenho deverá ser melhor e superar o recorde de 2020 e, desse modo, consumir entre 25% e 30% da produção de carne. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.