07/Jun/2021

O setor pecuário observa um novo movimento de alta nos preços do boi gordo. O driver que direciona as cotações é a oferta de bovinos prontos para o abate, que vem caindo, especialmente no Centro-Sul do País. Nessas regiões, a seca já se instalou e inviabiliza a terminação a pasto, o que faz com que os produtores recorram à terminação intensiva. Os altos custos de alimentação animal nos confinamentos, contudo, levam pecuaristas a reterem os lotes, visando uma comercialização futura mais remuneradora. A conjuntura faz com que frigoríficos enfrentem maior dificuldade para preencher as suas programações de abate e sejam forçados a pagarem mais pela matéria-prima.

As escalas das unidades produtivas atendem a uma média de 5,56 dias úteis no País. São Paulo e Goiás registram o melhor fornecimento, com a programação de abates em 7,31 dias úteis. A situação é mais apertada em Rondônia, com as indústrias conseguindo operar para atender a apenas 3 dias úteis. A cautela da indústria na aquisição de gado terminado, porém, limita altas mais expressivas. O tímido consumo interno dificulta o escoamento de carne bovina, desestimulando um maior ritmo na aquisição de bovinos, e tornando indefinido para os produtores o comportamento da demanda. Em São Paulo, o boi gordo está cotado a R$ 305,50 por arroba à vista e a R$ 315,00 por arroba a prazo.

A oferta enxuta impulsiona os preços no Rio Grande do Sul (R$ 11,00 por Kg) e em Mato Grosso do Sul (R$ 294,50 por arroba). Em Goiás, a cotação é de R$ 300,00 por arroba a prazo e em Rondônia, R$ 296,00 por arroba à vista. No Pará, o boi gordo é negociado a R$ 290,67 por arroba à vista. Em São Paulo, no atacado, os preços dos principais cortes estão inalterados. Isso porque a oferta ainda é mais abundante do que a demanda, embora o mercado mantenha a expectativa de retomada no consumo do produto na primeira quinzena do mês. O traseiro do boi segue cotado a R$ 20,60 por Kg; o dianteiro a R$ 16,90 por Kg e a ponta da agulha a R$ 16,90 por Kg.