02/Jun/2021
Segundo o Itaú BBA, processadoras brasileiras de carne de frango terão de aumentar os preços de seus produtos ao longo do ano, tendo em vista os elevados custos de ração. Esse repasse não deve ser tarefa fácil no mercado interno, já que a pandemia de Covid-19 vem tendo efeitos negativos sobre indicadores de renda e emprego. O cenário de preços elevados de milho e soja não deve se alterar significativamente nos próximos dois anos.
Os estoques devem continuar apertados por causa da alta demanda internacional que deve vir da recuperação econômica global após as vacinações. Apesar de a recomposição do plantel de suínos na China ter se desacelerado após a descoberta de novas variantes da peste suína africana (PSA), a demanda chinesa deve continuar robusta. A perspectiva para as exportações brasileiras é melhor, já que a recuperação econômica global e do preço do petróleo ajudam na elevação do preço de exportação e a taxa de câmbio depreciada também favorece na conversão da receita em moeda nacional.
Muitas empresas do setor têm divulgado planos de expansão para os próximos anos e que, se eles forem executados, o crescimento da produção ficará bem acima das taxas recentes de aumento do consumo. A absorção de todo este potencial construído dependerá de um aumento maior do consumo interno e/ou de uma expansão das exportações mais significativa, diferentemente daquela observada nos últimos anos. O Brasil poderá ganhar espaço novamente no mercado internacional.
No entanto, ao assumir que o consumo total no Brasil crescerá 1,5% ao ano entre 2020 e 2025 e a produção, 3,0% ao ano, a necessidade de elevação das exportações seria da ordem de 6,1% ao ano, patamar bem superior também ao cenário projetado pela FAO/OCDE, que é de 1,9% ao ano ou 840 mil toneladas a mais em 10 anos. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.