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31/Mai/2021

Boi: preços impulsionados pela escassez na oferta

Os preços do boi gordo estão avançando nas principais regiões pecuárias do País, com sinais de escassez na oferta de gado terminado, após a melhora sutil observada no fim de abril. Se nas primeiras semanas de maio as indústrias se encontravam com escalas mais confortáveis e maior poder de barganha sobre as cotações, agora já têm sido forçadas a ofertarem mais para conseguirem adquirir bois prontos para o abate e preencher as escalas das próximas semanas. A perspectiva para o segundo semestre continua sendo de um menor número de abates e firmeza nas cotações do boi gordo. Os pecuaristas têm optado por segurar os bovinos por mais tempo, a fim de comercializá-los mais tarde, com maior peso e preço mais alto. O raciocínio tem como base os contratos futuros de boi gordo, que sinalizam uma alta na arroba no segundo semestre do ano, o que deve favorecer as margens e aumentar o faturamento do segundo giro de confinamento.

Em relação às exportações, a expectativa ainda é positiva, com as vendas externas funcionando como um suporte aos preços da boiada gorda. Isso porque, além do forte consumo chinês, a Argentina decidiu restringir as exportações de carnes por um período de 30 dias. O mercado avalia que se essa medida perdurar por mais tempo, o Brasil pode começar a preencher o gargalo deixado pela Argentina nos embarques para o país asiático. Outro fator que chama atenção foi o reconhecimento internacional de novas zonas brasileiras livres de febre aftosa sem vacinação pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Em São Paulo, os preços ainda oscilam entre estabilidade e alta. O boi gordo está cotado a R$ 303,50 por arroba à vista e a R$ 310,00 por arroba a prazo.

De forma geral, o movimento de aumento nos preços continua, com frigoríficos enfrentando dificuldades de originar matéria-prima. Em Mato Grosso, o boi gordo está cotado a R$ 294,50 por arroba à vista. Em Mato Grosso do Sul, o boi gordo é negociado a R$ 290,50 por arroba à vista. Em Rondônia, as escalas de abate da indústria estão mais curtas, elevando a cotação do boi gordo para R$ 291,00 por arroba à vista. Em São Paulo, os preços dos principais cortes seguem estáveis, com o movimento de reposição de estoques e o consumo abaixo do esperado. A demanda pela proteína bovina segue concentrada em cortes do dianteiro e ponta da agulha, com relatos de grande represamento do traseiro, em função do preço elevado. O traseiro do boi está cotado a R$ 20,60 por Kg; o dianteiro a R$ 16,90 por Kg; e a ponta de agulha a R$ 16,90 por Kg.