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28/Mai/2021

Boi: previsão é de preços sustentados neste ano

Segundo o Rabobank, o setor de pecuária brasileiro deve continuar registrando menor número de abates e preços sustentados para o boi gordo. Houve leve incremento na oferta de gado terminado em abril, que levou as cotações a cederem nas principais regiões pecuárias do País. Porém, estruturalmente, a disponibilidade de boiadas permanece baixa para este período do ano e, por isso, a tendência ainda é altista para a arroba. O principal fator de impulsionamento dos preços ainda é a oferta, além das fortes exportações de carne bovina para a China. Este ano, houve também um atraso nas chuvas, o que fez com que os bovinos ficassem nas pastagens por um tempo menor do que o normal. Apesar do aumento na quantidade de bois em abril, as condições ruins, de forte estiagem nas regiões produtivas, levarão a um menor número de abates de bovinos terminados extensivamente.

Além das questões climáticas, a oferta de gado é limitada, ainda, por um movimento de retenção de fêmeas. Os preços mais altos dos bezerros têm encorajado os criadores a manterem as matrizes nas fazendas. Ainda em relação à oferta, os pecuaristas têm optado por segurar os machos por mais tempo também, a fim de comercializá-los mais tarde, com maior peso e preço mais alto. O raciocínio tem como base os contratos futuros de boi gordo, que sinalizam uma alta na arroba no segundo semestre do ano, o que deve favorecer as margens e aumentar o faturamento do segundo giro de confinamento. Com a oferta momentânea mais baixa, os frigoríficos são forçados a oferecerem preços mais altos para conseguirem cumprir as suas escalas de abate. Do lado da demanda, chama a atenção os efeitos drásticos da pandemia de Covid-19 e da crise econômica sobre o consumo de proteína bovina no País.

O retorno do pagamento do auxílio emergencial chegou a incentivar leves incrementos nas vendas de carnes, o que tende a sustentar os preços dos cortes no curto prazo. As robustas vendas externas, porém, reduzem a necessidade de as indústrias repassarem os altos custos de produção aos preços que chegam aos consumidores finais. O Brasil ainda tem a China como principal destino das exportações, representando cerca de 40% do total de 617 mil toneladas de carne bovina importadas pelo país asiático no primeiro trimestre. Como a Argentina foi responsável pelo fornecimento de 22,5% desse volume para os chineses, a restrição nas exportações argentinas anunciadas este mês pelo governo local podem elevar os preços da carne brasileira, dependendo do prazo que a medida estará em vigor. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.