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27/Mai/2021

Boi: produtividade recorde e com recuo de abates

Apesar do enfraquecimento nos preços ao longo de maio, o boi gordo segue negociado acima de R$ 300,00 por arroba em São Paulo. Além da demanda internacional aquecida, a manutenção desse patamar elevado se deve à menor oferta de bovinos para abate. Dados divulgados neste mês pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) confirmam esse cenário de disponibilidade reduzida de bois.

No primeiro trimestre deste ano, quando, vale lembrar, o boi gordo chegou a ser negociado na casa dos R$ 315,00 por arroba em São Paulo, a quantidade de bovinos abatidos no País somou 6,64 milhões, 9,71% a menos que no trimestre anterior e 10,08% inferior à do primeiro trimestre de 2020. O volume abatido de janeiro a março de 2021 foi, também, o menor em 12 anos. Neste caso, no primeiro trimestre de 2009, o abate somou 6,48 milhões de cabeças.

Considerando-se apenas os primeiros trimestres de anos anteriores, observa-se que o volume de bovinos abatidos vinha se mantendo desde 2015 acima de 7 milhões de cabeças (sem distinguir as categorias macho e fêmea). Entre 2013 e 2014, a quantidade abatida no primeiro trimestre esteve acima de 8 milhões de cabeças. O menor volume abatido pode estar atrelado à retenção de fêmeas por parte de muitos pecuaristas, no intuito de gerar bovinos para reposição.

Aqui ressalta-se que os preços do bezerro e do boi magro operaram em patamares recordes reais no primeiro trimestre de 2021. Por outro lado, a produtividade dos bovinos atingiu recorde para um primeiro trimestre. De janeiro a março de 2021, na média Brasil, a produtividade foi de 262,87 Kg por bovino, 3,8% acima do registrado no primeiro trimestre do ano passado, que, vale lembrar, era o recorde para o período até então.

Considerando-se o primeiro trimestre de 2009, quando o abate de bovinos tão baixo como atualmente, a produtividade média nacional era de apenas 233,73 Kg por bovino. Ou seja, nota-se uma evolução de quase 30 Kg de carne por bovino no período analisado, evidenciando que a pecuária nacional recebe resultados de investimentos realizados em tecnologias relacionadas à nutrição, à genética, à pastagem, à sanidade, entre outros. A maior produtividade da série histórica do IBGE, por sua vez, foi registrada no terceiro trimestre de 2020, quando atingiu 272,21 Kg na média Brasil, apenas 3,55% acima da registrada de janeiro a março deste ano. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.