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25/Mai/2021

Carnes: ABPA pede medidas contra alta dos grãos

Para amenizar os efeitos da alta nos preços de insumos usados na produção de carnes, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) pede que o governo facilite importação de milho e soja, crie um sistema oficial de informações sobre exportações futuras de grãos, financie construção de armazéns e incentive o plantio no Brasil. A entidade afirma que os preços de carnes pagos pelos consumidores vêm aumentando por causa da alta no custo com insumos, e que novos avanços devem ocorrer nos próximos meses. A carne de aves, de suínos e ovos que hoje estão com preços mais elevados foram produzidos utilizando grãos adquiridos em 2020, quando os valores eram menores. Por isto, novas elevações de preços deverão alcançar a população brasileira nos próximos meses, em um momento crítico para a renda e para a segurança alimentar do País. Para a entidade, em meio à pandemia de Covid-19, houve especulação nos preços de grãos. O milho e a soja, insumos básicos que compõem 70% dos custos de produção, acumulam altas nunca registradas no País.

No caso do milho, houve registros superiores a 100% em diversas regiões consumidoras do Brasil. No caso da soja, as elevações acumularam mais de 60% em relação ao mesmo período de 2020. Estas altas se adicionam a outras, como o diesel (+30%), a embalagem de papelão (+60%) e as embalagens rígidas e flexíveis (+80%). A ABPA cita ainda o mais recente Índice de Custos de Produção (ICP) da Embrapa Suínos e Aves, de abril, que afirmou que produzir carne de frango ficou 39,79% mais caro em relação ao mesmo mês de 2020, enquanto para suínos, o aumento foi de 44,5%. Por isso, o Brasil deve ter igualdade de competição pelos insumos em relação ao mercado internacional, evitando a desindustrialização e a perda de postos de trabalhos, especialmente em cidades do interior. Outro objetivo é reduzir a diferença na dificuldade entre importação e exportação de grãos. Hoje, é muito mais fácil embarcar grãos para o exterior do que importar.

Medidas solicitadas pela entidade:

- Viabilização emergencial das importações de milho e de soja estritamente para uso em ração animal. Hoje há desoneração de tarifa para esta importação, mas não há viabilização técnica;

- Suspensão do imposto Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante (AFRMM) sobre a importação destes insumos de países não-integrantes do Mercosul;

- Suspensão temporária de cobrança de PIS e COFINS para importações provenientes de países extra-Mercosul, para empresas que não conseguem realizar drawback;

- Suspensão temporária de cobrança de PIS e COFINS sobre os fretes realizados no mercado interno;

- Criação de sistema oficial de informação antecipada sobre exportações futuras de grãos, assim como ocorre em outros países, para dar mais transparência ao mercado de insumos, evitando situações especulativas como a atual.

- Financiamento para construção de armazéns e realização de armazenagem para os produtos, dando mais estabilidade ao mercado;

- Políticas de incentivo de plantio de milho e de cereais de inverno no Brasil.

Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.