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24/Mai/2021

Boi: preço estável em mercado com baixa liquidez

O ritmo de negócios no mercado físico de boi gordo é lento, com a indústria reduzindo a pressão de compra de gado terminado, em meio ao escoamento irregular de carne bovina para consumo doméstico. A perspectiva é de que o mercado interno reaja na virada do mês, com o pagamento de nova parcela do auxílio emergencial e de parte dos salários. Uma retomada mais acelerada, entretanto, só é esperada para o segundo semestre, com o avanço da vacinação contra a Covid-19 no País e a consequente recuperação da atividade econômica, que tende a elevar o poder de compra dos consumidores.

Enquanto a demanda interna patina, a indústria atua com maior cautela nas aquisições de matéria-prima, principalmente por causa das escalas de abate mais alongadas, com capacidade de atender em média cinco a sete dias úteis no País. Os produtores de pequeno e médio porte ainda avaliam como manter a produção no cenário atual, com as pastagens secas e os altos custos com ração para terminação nos confinamentos. A percepção é de que a disponibilidade de bovinos só voltará a crescer de forma significativa no segundo semestre do ano.

Os confinadores de grande porte, ou aqueles focaram no sistema de Integração Lavoura-Pecuária nos últimos anos, preferem segurar os bois no confinamento até o segundo semestre. Já se observa significativos aumentos nos valores futuros da arroba negociados na B3. Em São Paulo, os preços estão estáveis. O boi gordo está cotado a R$ 299,50 por arroba à vista e a R$ 310,00 por arroba a prazo. Em Mato Grosso, há escassez de bois terminados e a boiada foi deslocada dos pastos para a terminação em confinamentos terceirizados, os chamados boiteis, conforme relatos de lotação desses espaços.

Dessa forma, o boi gordo está cotado a R$ 298,00 por arroba à vista e a R$ 301,00 por arroba a prazo. Em São Paulo, no atacado, os preços do corte de dianteiro bovino registram recuo, para R$ 17,10 por Kg. O traseiro do boi e a ponta da agulha se mantêm estáveis, a R$ 20,60 e R$ 17,10 por Kg, respectivamente. A redução no valor do dianteiro deve facilitar o escoamento da matéria-prima, cujo consumo está abaixo do esperado para o momento. Entretanto, por conta do adiantamento do auxílio emergencial, os varejistas esperam maior procura nesta última semana do mês, possibilitando a reposição do estoque e maior suporte aos preços.