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20/Mai/2021

Boi: preços cedem mais com ampliação das ofertas

Os preços do boi gordo oscilam nas principais regiões pecuárias, com esperado aumento da pressão baixista nas próximas semanas. A influência vem da melhora na oferta de gado terminado, em virtude da chegada da seca em grande parte das regiões. Essa conjuntura deve se manter até meados de junho, quando é esperada uma redução na oferta de gado até a chegada dos lotes oriundos de confinamentos. Para o curto prazo, quedas maiores nos preços não estão descartadas, já que os pecuaristas continuam ofertando mais bovinos no mercado, à medida em que as pastagens ficam mais degradadas pela estiagem. O cenário favorece maior tranquilidade nas escalas de abate da indústria. Já se observa uma retomada na capacidade de abate diária de frigoríficos. Há relatos de que as indústrias frigoríficas não adotam mais o reescalonamento, além de não optarem por pular escalas, em função dos prazos já confortáveis, ao redor de 7 dias.

Nesse sentido, a estratégia adotada para o resto da semana é avaliar com cautela os preços dos bois para novas aquisições, enquanto aguardam a evolução do escoamento de carne bovina. Nos mercados doméstico e externo, o ritmo de comercialização do produto está aquém do esperado. No Brasil, há uma expectativa de que a virada do mês de maio possa trazer uma reação das compras, com o pagamento de salários e de nova parcela do auxílio emergencial. Em relação às vendas externas, o forte consumo asiático nos primeiros meses do ano pode ter arrefecido. Isso porque na primeira quinzena do mês, o Brasil exportou 55,2 mil toneladas de carne bovina in natura. O volume equivale a uma média diária de 5,5 mil toneladas, 28,7% a menos do que a média de maio do ano passado e 11,3% menor do que a média do mês passado, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). O mercado também monitora a suspensão das exportações de carne bovina da Argentina por 30 dias. Uma demanda adicional seria bem recebida pela indústria exportadora brasileira, já que isso pode trazer um impulso aos preços em dólar do produto.

O ponto de preocupação, entretanto, é a possibilidade de o aumento de preços e volumes para exportação puxar a cotação do gado. Se o boi fica mais caro também, o frigorífico que só vende para o mercado interno vai se deparar com uma situação ainda mais apertada do que a atual, porque o ambiente continua muito desafiador para repasse de preços ao consumidor doméstico. Em São Paulo, o boi gordo está cotado a R$ 299,50 por arroba à vista e a R$ 310,00 por arroba a prazo. O preço da vaca gorda é de R$ 277,00 por arroba à vista. No Rio Grande do Sul, a oferta enxuta e escalas de abate mais apertadas elavam o preço do boi gordo, que está cotado a R$ 10,90 por Kg. Em Mato Grosso do Sul, em função do escoamento mais lento da carne para o mercado local a cotação registra queda, para R$ 290,50 por arroba à vista. Em São Paulo, no atacado, os preços seguem inalterados. Os negócios são limitados pelo consumo doméstico ainda enfraquecido. Distribuidores e varejistas relatam registro de sobras, que não conseguem escoar mesmo com a redução dos preços na última semana. O traseiro do boi está cotado a R$ 20,60 por Kg; o dianteiro a R$ 17,60 por Kg; a ponta da agulha a R$ 17,10 por Kg.