ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

20/Mai/2021

Leite: preço pago ao produtor deve subir em maio

O cenário é de oferta limitada de leite no campo devido ao clima seco e à elevação dos custos de produção. Assim, a expectativa é de que o movimento de valorização ganhe força já no pagamento de maio (que se refere à captação de abril), de modo que, na “Média Brasil” (Bahia, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo), os preços devam ultrapassar o patamar de R$ 2,00 por litro. Como é de se esperar, o menor volume de chuvas nesta época do ano diminui a disponibilidade e a qualidade das pastagens, afetando negativamente a alimentação volumosa do rebanho e a produção de leite. Com a oferta reduzida, observa-se a elevação sazonal dos preços no campo entre março e agosto. Contudo, neste ano, a seca tem sido mais intensa, atingindo com gravidade importantes bacias leiteiras das Regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do País.

Além das pastagens, a falta de chuvas tem diminuído também a produtividade das lavouras de milho e a qualidade da silagem de produtores de leite. Para agravar a situação, os custos de produção vêm registrando altas consecutivas. Insumos importantes para a produção de volumoso, como adubos e fertilizantes, são importados, e a desvalorização cambial tem elevado as cotações desses produtos. Ao mesmo tempo, os custos com concentrado continuam elevados, refletindo a menor disponibilidade de grãos no mercado interno. Assim, mesmo com a valorização do leite no campo, a margem do produtor tende a continuar prejudicada. A dificuldade em manter a atividade rentável tem levado muitos produtores a aumentar o abate de vacas, uma vez que as cotações no mercado de corte estão atrativas. Contudo, o descarte de vacas é um indicador de que a produção de leite deve demorar a se elevar, mesmo diante do estímulo dos preços, o que deve reforçar o cenário de limitação da oferta nos próximos meses.

Além disso, como já se tem observado, a desvalorização do Real frente a outras moedas tem limitado as importações de lácteos, favorecendo a maior competição entre indústrias pela matéria-prima. Como reflexo, o preço do leite no mercado spot de Minas Gerais subiu 1,7% entre a primeira e a segunda quinzena de abril e mais 7,5% na primeira quinzena de maio (atingindo a média de R$ 2,20 por litro). A oferta limitada de leite impactou negativamente os estoques de derivados lácteos nas indústrias e atacados em abril. Os laticínios têm conseguido repassar a alta da matéria-prima aos derivados. No entanto, o menor poder de compra do consumidor e a pressão dos canais de distribuição limitaram maiores valorizações. É importante frisar que o aumento do desemprego, a elevação da inflação e o avanço da pandemia têm fragilizado a demanda, o que pode frear a intensidade da valorização do leite no campo, mesmo no contexto de baixa disponibilidade e custos elevados. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.