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13/Mai/2021

Carne e boi gordo têm mesma valorização no ano

Enquanto os preços do boi gordo deram uma pequena enfraquecida nestas primeiras semanas de maio, os valores da carne (carcaça casada negociada no mercado atacadista de São Paulo) se mantêm firmes. Esses movimentos resultaram em avanços praticamente iguais nos valores médios do boi gordo e da carcaça casada no acumulado da parcial deste ano, de 6% e de 5%, respectivamente. A oferta de bois prontos para o abate segue baixa e a entrada do período de seca deve reforçar esse contexto, mas muitos frigoríficos têm pressionado por valores menores nas compras de novos lotes. No atacado, apesar de a demanda nacional ser limitada por conta do atual cenário econômico e do consequente menor poder de compra de boa parte da população, a baixa oferta da proteína sustenta os valores da carcaça. Neste caso, o bom desempenho das exportações também influencia a redução na oferta doméstica.

Em São Paulo, o preço médio do boi gordo é de R$ 311,34 por arroba, 1,5% inferior ao valor do mês anterior, mas 17,3% acima do de maio do ano passado, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IGP-DI). No acumulado do ano, o aumento é de 6%. Quanto à carcaça casada bovina, a média é de R$ 20,31 por Kg neste mês (ou de R$ 304,65 por arroba), praticamente estável em relação à média de abril/2021 e 12,71% acima da média de maio/2020. Em 2021, o avanço é de 5%, apenas um pouco atrás do observado para o boi gordo. Inclusive, o recuo observado no preço do boi de abril para maio e a estabilidade no valor da carcaça casada, resultaram em diminuição na diferença entre as cotações desses produtos. Na parcial de maio, o boi gordo é negociado a R$ 6,69 por arroba acima da carne, contra R$ 11,00 por arroba no mês anterior. Trata-se, também, da menor diferença desde janeiro deste ano, quando a arroba do boi era comercializada a R$ 5,11 acima da carne.

Vale lembrar que, em março deste ano, a diferença chegou a ser de R$ 14,30 por arroba, também com vantagem do boi gordo, devido à forte valorização do bovino para abate. Para as próximas semanas, os agentes estão atentos à entrada da entressafra e aos altos custos de insumos de alimentação, que podem limitar ainda mais a oferta de bois para abate. Por outro lado, o enfraquecimento do dólar frente ao Real, que pode prejudicar as exportações, e o consumo interno fraco podem influenciar a demanda por novos lotes de bovinos. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), os embarques de carne bovina in natura totalizaram 29,81 mil toneladas na primeira semana de maio. A média diária está em 5,96 mil toneladas, contra 6,27 mil toneladas no mês anterior e 7,74 mil toneladas em maio de 2020. Caso esse ritmo seja mantido, o Brasil deve exportar pouco mais de 120 mil toneladas neste mês, desempenho abaixo do verificado em abril deste ano e em maio do ano passado. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.