11/Mai/2021

O mercado físico do boi gordo inicia a semana com estabilidade. As programações de abate estão mais longas, o que reduz a pressão de compra. Além disso, os frigoríficos aguardam a evolução do consumo doméstico de carne bovina para retomarem as compras de forma mais ativa. Algumas indústrias já apresentam escalas fechadas até o final do mês e relatam que permanecerão fora das compras por um período maior. O que permitiu maior avanço nas programações foi a melhora na oferta de gado terminado, provocada pela chegada do tempo seco em algumas regiões produtivas. O fim da temporada de chuvas tem forçado os pecuaristas a retirar os bois das pastagens.

Somado a isso, o encarecimento dos custos de nutrição para a terminação intensiva os incentiva a direcionar a boiada ao mercado. O cenário de margens apertadas para os confinamentos em meio às altas do custo da ração eleva o sentimento de escassez ainda maior na entressafra, já que uma parte dos bovinos que poderiam ser confinados pode ficar no pasto e ser abatida no próximo ano, caso o resultado projetado da engorda intensiva continue motivando pouco o produtor. Mas, os fundamentos ainda são altistas para os preços no longo prazo, com a disponibilidade restrita de bois para abate, além das exportações aceleradas.

A continuidade do apetite asiático pela proteína brasileira é destaque na demanda internacional. Por enquanto, a sutil melhora na oferta de bois tem levado a ajustes negativos nos preços. Em São Paulo, o boi gordo está cotado entre R$ 300,50 e R$ 308,50 por arroba à vista e entre R$ 302,50 e R$ 312,00 por arroba a prazo. No Pará, a cotação é de R$ 287,50 por arroba, com melhora na oferta. Em Mato Grosso do Sul, onde a indústria tem escalas de abate mais confortáveis, a cotação é de R$ 293,50 por arroba à vista. Em Tocantins, a cotação é de R$ 297,00 por arroba à vista. Em São Paulo, no atacado, o traseiro segue negociado a R$ 20,60 por Kg. O dianteiro e a ponta da agulha continuam cotados a R$ 18,10 por Kg.