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05/Mai/2021

Suíno: oferta restrita sustenta os preços globais

O Rabobank mantém a expectativa de aumento do rebanho suíno no mundo, mas vê um crescimento moderado devido aos altos custos da atividade. Para este ano, a estimativa é de um aumento de produção de carne suína de 3,4% ante a projeção inicial de 4,3%. A oferta limitada dá sustentação aos preços. Mais perdas por doenças nas principais regiões produtoras, além do impacto atrasado de falências de indústrias durante a pandemia, limitaram a oferta disponível de suínos. Para os produtores, o aumento nos preços é suficiente para compensar a alta de custos. Mercados e produtores que resistirem ao momento difícil devem ver uma melhora no cenário, com aumento da demanda global após a pandemia de Covid-19. A peste suína africana (PSA) foi mais difícil de se controlar do que o esperado inicialmente em algumas regiões. Além disso, partes da América do Norte também viram aumento na perda de animais em decorrência de outras doenças.

O retorno da peste suína clássica (PSC) no Japão e no Brasil, ainda que expectativa de impacto limitado na produção, também traz novos riscos para esses mercados. A outra dificuldade mencionada foi aumento de custos em decorrência dos menores estoques de grãos e óleos vegetais. O preço de ingredientes de ração teve aumento anual médio de 35%. A ração é o principal custo para a maioria dos produtores, especialmente aqueles que dependem de importação, como China, Japão e México. Para aqueles com altos custos, a expectativa é de liquidação de rebanho e crescimento mais lento da produção. O lado da demanda é considerado mais incerto. A pandemia de Covid-19 faz com que bares e restaurantes tenham queda no público, o que pode reduzir o consumo de produtos de mais valor agregado, como os processados.

Novas restrições para refeições fora de casa e viagens para conter a alta de casos do coronavírus em algumas regiões, como Japão e partes da Europa, também pode reduzir as vendas e prejudicar a economia desses locais. A China, no entanto, é o país onde a demanda se mantém forte e ajuda a impulsionar os preços globais da proteína. As importações de carne suína do gigante asiático em março registraram aumento anual de 22%, para 1,43 milhão de toneladas, volume acima das expectativas. O país aumentou as compras da Europa e, principalmente, de Brasil, Canadá e Chile. Se o ritmo se mantiver, a China pode se aproximar do teto das expectativas de importação do Rabobank para 2021, entre 3,5 milhões e 5 milhões de toneladas. Porém, ainda há incertezas a esse respeito e diversos países exportaram menos em abril por causa da queda sazonal na demanda, do aumento de custos e de preços de exportação.

No Brasil, onde também se vê um avanço anual expressivo de preços de suínos e da carne suína (23% e 20%, respectivamente), porém as cotações são voláteis. A demanda doméstica ainda é relativamente fraca por causa da piora da pandemia e do fim do auxílio emergencial, embora a aprovação de um novo auxílio possa ajudar na estabilização do mercado. Nos preços atuais, alguns produtores não conseguirão compensar completamente os preços mais altos de ração e animais. A projeção é de leve crescimento de 0,5% na produção anual de carne suína do País em 2021, menor do que a estimativa anterior. As exportações brasileiras, entretanto, continuam competitivas porque o preço é mais baixo do que em outros países produtores e o Real está desvalorizado ante o dólar. Em março, o volume exportado alcançou recorde histórico de 108 mil toneladas, 51% a mais do que um ano antes. Como um vendedor de baixo custo para mercados globais, o Brasil deve continuar a ganhar participação nos mercados globais. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.