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22/Abr/2021

Boi: preços firmes em mercado com baixa liquidez

A disputa sobre preços entre pecuaristas e indústria trava as negociações no mercado físico do boi gordo. Isso leva a uma desaceleração do movimento de alta da arroba, com baixo volume de negócios. As indústrias se encontram mais abastecidas e se aproveitam disso para testar valores mais baixos. Por outro lado, os pecuaristas já começam a levar os bois das pastagens para os confinamentos e mantêm as indicações de preço, preocupados com os altos custos da terminação intensiva, em função do encarecimento dos grãos utilizados para ração animal. Na semana passada, o movimento de retirada das boiadas dos pastos elevou a oferta de bovinos em algumas regiões do País. Além disso, começaram a chegar ao mercado fêmeas que não emprenharam na estação de monta e volumes de bois que foram confinados em fevereiro.

Essa melhora na disponibilidade de gado pronto para abate foi o que permitiu a indústrias alongar suas programações de abate e operar com maior folga nesta semana. Mas, o problema estrutural na oferta deve continuar. Essa melhora não é expressiva, apenas o suficiente para gerar menor pressão de compra e frear aquelas altas contínuas que estavam sendo observadas no preço do boi gordo. Outro fator que favorece o preenchimento das escalas é a redução na capacidade produtiva ou mesmo a paralisação das atividades de várias unidades de abate no País. É que o escoamento de carne bovina para o mercado doméstico segue irregular, e, somado às altas cotações da arroba, piora as margens de empresas cuja produção é direcionada apenas para o consumo interno. A expectativa é que esse cenário mude um pouco com o pagamento do novo auxílio emergencial, que pode melhorar as vendas do mercado atacadista.

Em relação aos preços da arroba, a perspectiva para as próximas semanas é de maior estabilidade, com leves ajustes negativos em locais onde a seca já se estabeleceu. Na transição entre os períodos de chuvas e seca, normalmente, o boi se desvaloriza muito, mas este ano a situação pode ser diferente. Olhando para a quantidade gado ofertado desde outubro até hoje, a queda sazonal nos preços neste momento deve ser muito contida. Em São Paulo, o boi gordo está cotado a R$ 309,50 por arroba à vista. A melhora sutil na oferta de boiadas e as escalas relativamente alongadas, atendendo entre cinco e seis dias úteis, permitem que frigoríficos fiquem fora das negociações. No Paraná, o boi gordo está cotado a R$ 300,50 por arroba à vista. Em Alagoas, a cotação é de R$ 293,50 por arroba à vista.