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22/Abr/2021

Boi: preço da carcaça se mantém firme no atacado

Em São Paulo, no atacado, os preços da carne bovina estão relativamente firmes desde o início deste ano, diferentemente do observado para os valores das concorrentes, proteínas suína e de frango, que têm oscilado com certa força nos últimos meses. A sustentação vem da oferta restrita de boi gordo pronto para o abate e das exportações aquecidas, fatores que mantêm baixo o volume de carne disponível no mercado brasileiro. A carcaça casada do boi gordo (formada pelo traseiro, dianteiro e pela ponta de agulha) registra valorização de 9,3% na parcial deste ano e de 0,4% em abril, negociada a R$ 18,97 por Kg.

Esse movimento é puxado especialmente pela alta no preço do dianteiro, de quase 24% neste ano e de 3% em abril, corte que é negociado a R$ 18,71 por Kg. É importante mencionar que o dianteiro é a carne mais exportada pelo Brasil e é bastante demandada internamente, por ser mais barata. Na atual situação de baixo poder de compra da população brasileira, a procura por esse corte está um pouco maior em detrimento do traseiro, por exemplo. Além disso, os frigoríficos que trabalham apenas com o mercado interno buscam melhorar a margem com a venda de produtos de menor valor agregado. Para o traseiro bovino, os preços registram alta bem menor neste ano, de 5,9%, e queda de 0,1% em abril, a R$ 22,26 por Kg.

Neste caso, o traseiro, por ser um corte mais caro, pode estar sendo preterido por parte dos demandantes domésticos com menor poder de compra. No front externo, o traseiro é exportado especialmente para nichos de mercado e começa a ser mais demandado também pela China. Vale lembrar que, analisando-se a série de preços da carne, verifica-se que os valores do dianteiro tendem a subir no primeiro semestre, mas cair no segundo. Já no caso do traseiro, o movimento é o contrário, com queda nos preços na primeira metade do ano e recuperação no segundo semestre.

Neste ano, contudo, o bom desempenho das exportações pode manter em alta os preços do dianteiro mesmo no segundo semestre, ao passo que o ambiente econômico brasileiro incerto pode manter o consumo nacional fragilizado e, consequentemente, enfraquecidas as cotações do traseiro. A ponta de agulha, por sua vez, apresenta avanços de 12,72% no ano e de 3,85% na parcial de abril, negociada a R$ 18,34 por Kg. A diferença entre os preços da carne no atacado e da arroba bovina segue elevado. Considerando-se as médias da parcial de abril, o preço médio do boi gordo em São Paulo apresenta elevação de 2,52% sobre o mês anterior, a R$ 317,13 por arroba. A média mensal da carcaça casada está 3,2% acima da média de março/2021, a R$ 304,80 por arroba.

Diante disso, a diferença atual está em R$ 12,33 por arroba, com vantagem para o boi gordo, contexto que segue limitando as margens de frigoríficos que trabalham apenas com o mercado doméstico. Em março/2021, a diferença era um pouco maior que R$ 14,00 por arroba. Já em abril do ano passado, o cenário era o oposto, com vantagem da carne sobre o boi gordo, de R$ 14,39 por arroba. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), as exportações brasileiras de carne bovina in natura somavam 74,49 mil toneladas até a terceira semana de abril. Os envios diários registravam média de 6,77 mil toneladas, acima das 5,81 mil toneladas de abril de 2020. Se mantido esse ritmo, os embarques podem totalizar 140 mil toneladas em abril. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.