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22/Abr/2021

Leite: forte piora na relação de troca com o milho

As consecutivas valorizações do milho neste ano, cereal que é negociado a preço recorde real, têm criado um cenário de alerta ao produtor leiteiro, que já enfrenta três meses de queda na receita. No primeiro trimestre, o valor do leite pago ao produto caiu quase 10%. Nesse contexto, o atual poder de compra do produtor de leite frente ao milho é o mais desfavorável em 10 anos. Em março, o pecuarista leiteiro precisou de 47,21 litros de leite para a aquisição de 1 saca de 60 Kg de milho, 11,93% a mais que em fevereiro. Foi, também, o terceiro mês consecutivo de piora na relação de troca e o momento mais desfavorável ao produtor leiteiro desde janeiro de 2011.

Preocupados com os possíveis impactos do clima sobre a produção da 2ª safra de 2021, os produtores de milho estão limitando as vendas no spot nacional. Em março, o cereal (Indicador ESALQ/BM&F) teve média de R$ 91,51 por saca de 60 Kg, avanço de 9,08% em relação à de fevereiro/2021 e um recorde da série histórica do Cepea, iniciada em 2004. Com alta de 1,86% em março, o Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira fechou o primeiro trimestre de 2021 com elevação acumulada de 7,24%, considerando-se a “Média Brasil” (Bahia, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo). Pelo segundo mês seguido, os fatores que mais influenciaram o avanço dos custos foram os adubos e corretivos, que se valorizaram expressivos 12,86% em março, superando, portanto, a já intensa alta registrada em fevereiro, de 6,02%.

Diante disso, o aumento nos valores dos adubos e corretivos na parcial de 2021 (até março) é de significativos 21,32%. O movimento de elevação nos preços dos adubos e corretivos, por sua vez, se deve aos altos valores pagos para aquisição de matéria-prima para a fabricação destes insumos, tendo em vista o dólar bastante valorizado frente ao Real. No primeiro trimestre, a moeda norte-americana registrou valorização de 7,85%. Além disso, o aumento dos preços de frete, devido à forte demanda para o escoamento da safra de grãos, também encarece os custos de transportes de fertilizantes, influenciando as cotações dos adubos e corretivos. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.